Consórcio endurece condições para evitar fim das obras no canal do Panamá

Grupo controlado pelos espanhóis da Sacyr e os italianos da Impregilo exige mais contrapartidas para continuar com o projecto e cobrir derrapagem da obra.

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A obra, em curso desde 2009, tem prazo de conclusão em 2015, no Verão Carlos Jasso/Reuters

Enquanto o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), que alega estar a suportar sobrecustos de 1600 milhões de dólares, propõe uma antecipação de 784 milhões de dólares (577 milhões de euros) para continuar com as obras, a ACP, responsável pela gestão do canal, acusa o consórcio de não estar disposto a negociar.

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Enquanto o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC), que alega estar a suportar sobrecustos de 1600 milhões de dólares, propõe uma antecipação de 784 milhões de dólares (577 milhões de euros) para continuar com as obras, a ACP, responsável pela gestão do canal, acusa o consórcio de não estar disposto a negociar.

O diferendo — aberto no início do ano quando o consórcio liderado pela Sacyr (empresa dona da Somague) ameaçou parar as obras a partir de 20 de Janeiro — subiu agora de tom, com o administrador responsável pela ACP, Jorge Quijano, a afirmar que os panamianos não podem ser maltratados “Não somos panamianos de plumas, como muitos pensam que temos, e digo-o com todo o respeito para com os aborígenes”, disse, em entrevista ao El País.

Para resolver o impasse, a ACP propusera injectar 183 milhões de dólares (134 milhões de euros) para assegurar a continuidade do projecto, devendo o Grupo Unidos pelo Canal pôr em cima da mesa mais 100 milhões de dólares (73,5 milhões de euros).

O compromisso de avançar com a injecção destes 100 milhões foi assumido pelo consórcio, mas com a contrapartida de a ACP adiantar o pagamento de 400 milhões de dólares (294 milhões de euros). Mas o relógio até 20 de Janeiro continua a contar sem que até agora haja fumo branco nas negociações.

Se, no fim da primeira ronda negocial, as partes prometiam chegar a um consenso, mais longe da convergência ficaram entretanto. O accionista italiano do consórcio, o grupo Impregilo, veio endurecer a condições para que as obras não fiquem paralisadas a partir de 20 de Janeiro, propondo agora que lhe sejam pagos 784 milhões de dólares. Se assim for, diz o consórcio, os sobrecustos suportados pelo GUPC baixavam para cerca de mil milhões de dólares (737 milhões de euros).

O grupo é controlado em 96% do capital pela Sacyr e pela Impregilo, tendo como accionistas minoritários o grupo belga Jan de Nul e a empresa panamiana Constructora Urbana.

Segundo o El País, a obra foi contratada em 2009 por 3118 milhões de dólares (2293 milhões de euros ao câmbio actual) e mais de dois terços do projecto de ampliação já estão concluídos.