Logoplaste quer negócio de embalagens da La Seda

Empresa espanhola, com 20% do capital nas mãos da portuguesa BA, apresentou pedido de liquidação e está a vender unidades de negócio.

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Carlos Moreira da Silva solicitou a liquidação da empresa no passado dia 2 de Janeiro Fernando Veludo/NFactos

A notícia é avançada pelo El País, que diz que a proposta da Logoplaste está incluída na documentação que a direcção da La Seda remeteu ao Tribunal do Comércio em Barcelona quando solicitou a liquidação.

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A notícia é avançada pelo El País, que diz que a proposta da Logoplaste está incluída na documentação que a direcção da La Seda remeteu ao Tribunal do Comércio em Barcelona quando solicitou a liquidação.

A proposta inclui uma unidade de produção denominada de APPE e com fábricas em Toledo, Espanha, Reino Unido, França, Alemanha, Turquia, Marrocos e Bélgica, e estará avaliada entre 200 a 250 milhões de euros. O grupo liderado por Filipe de Botton assume o negócio mas livre de dívidas e a queda do EBITDA (resultados operacionais reais antes de provisões, impostos e amortizações) gerado não pode ser superior a 50 milhões de euros.

A La Seda avançou para um pedido de abertura de liquidação, medida considerada pela administração como a melhor alternativa para a venda dos negócios da empresa, depois de não ter sido encontrado consenso sobre várias decisões de gestão e investimento. Terça-feira, em declarações ao Diário Económico, Carlos Moreira da Silva, presidente da La Seda — onde a BA, detida pelo empresário, a família Silva Domingues e gestores do grupo, detém 20% —, deu por encerrada a presença no capital da empresa espanhola e assumiu perdas de 50 milhões de euros.

A La Seda está também a vender os activos das fábricas de PET (politereftalato de etileno, o plástico usado na produção de embalagens). A liquidação da empresa servirá para pagar aos credores, mas a venda das fábricas e negócios não deverá ser suficiente para cobrir toda a dívida. Os activos estão avaliados em 624,27 milhões de euros, e o passivo ultrapassará os 736,84 milhões de euros, refere o El País.

A La Seda foi fundada em 1925 e começou por produzir fio de viscose. Liderou o mercado europeu de PET sempre com participação accionista de empresas portuguesas (Imatosgil e Caixa Geral de Depósitos) e, nos últimos dez anos, tinha vindo a adoptar uma estratégia de aquisições para aumentar a capacidade de produção.

A Logoplaste é um dos clientes históricos da La Seda. Tem relações comerciais desde 1991, quando a empresa de Barcelona ainda se chamava Hoechst Fibras.