Maliki quer que habitantes de Falluja expulsem os jihadistas

Milhares de pessoas já saíram da cidade, desde a semana passada em poder do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

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A situação é confusa em Falluja, tomada na semana passada por combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), um grupo de jihadistas estrangeiros com ligações à Al-Qaeda, que decretaram a zona um “Estado islâmico”. Os combatentes tomaram também alguns bairros de Ramadi – as duas cidades são as maiores da província de Anbar, região de maioria sunita onde o Exército norte-americano enfrentou uma sangrenta insurreição após a invasão de 2003.

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A situação é confusa em Falluja, tomada na semana passada por combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), um grupo de jihadistas estrangeiros com ligações à Al-Qaeda, que decretaram a zona um “Estado islâmico”. Os combatentes tomaram também alguns bairros de Ramadi – as duas cidades são as maiores da província de Anbar, região de maioria sunita onde o Exército norte-americano enfrentou uma sangrenta insurreição após a invasão de 2003.

Ahmad al-Jumaili, jornalista e residente em Falluja, contou que há quase uma semana que a artilharia do Exército, instalada num campo militar nos arredores, está a visar a cidade. “Milhares de famílias deixaram as suas casas temendo pelas suas vidas e com a continuação dos bombardeamentos há já uma grande falta de comida e combustível”, explicou.

Domingo, enviados de Bagdad reuniram-se, nos arredores de Falluja, com líderes tribais para os convencer a juntar-se à luta contra os jihadistas, mas fontes ouvidas pela Reuters adiantaram que foram feitos poucos progressos – o medo da Al-Qaeda e a hostilidade em relação ao Governo, dominado pelos xiitas, tornam difícil uma aliança contra os jihadistas.

“Os militantes disseram às pessoas de Falluja que não lhes vão fazer mal e que estão em Falluja exclusivamente para combater o Exército”, explicou um representante sunita. As milícias tribais criadas ainda durante a ocupação americana para lutar contra a Al-Qaeda ter-se-ão juntado aos rebeldes, permitindo-lhes tomar quase sem oposição a cidade.

Nesta segunda-feira de manhã, a televisão estatal noticiou que Maliki aconselhou “a população de Falluja e das tribos a expulsar os terroristas” a fim de serem poupados “aos riscos de confrontos armados”. O primeiro-ministro, acrescentou a estação, deu também ordens ao Exército para “não atacar zonas residenciais” na cidade. Um comandante do Exército contou à AFP que “as forças de segurança estão a preparar uma grande ofensiva” contra a cidade, mas outros responsáveis admitem que a opção poderá passar por um cerco, cortando as linhas de abastecimento para forçar a saída dos jihadistas sem invadir a cidade.

Em Ramadi, onde as milícias sunitas optaram por se manter do lado do Governo, os rebeldes entrincheiraram-se em várias zonas – há notícias de atiradores furtivos posicionados em posições estratégicas. Um raide aéreo, no domingo, terá matado 25 jihadistas e, já nesta segunda-feira, havia notícias de combates nos bairros a norte, nordeste e sul da cidade.