Que geração é esta?
Os dados mais recentes da OCDE revelam que um em cada três jovens portugueses não trabalha. Em Agosto de 2013, a taxa de desemprego jovem rondava os 36,8%. Outro fenómeno, do qual não há dados concretos, pelo menos dados que diferenciem os jovens da restante população activa, é o da emigração “da geração mais qualificada do país”. Sabe-se que em 2013 quase milhão e meio de portugueses deixaram o país de Camões para fugir ao desemprego e às condições de trabalho instáveis e precárias. Portugal está no top dos países da OCDE onde se verificou a segunda maior taxa de emigração, 14,2%.
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Os dados mais recentes da OCDE revelam que um em cada três jovens portugueses não trabalha. Em Agosto de 2013, a taxa de desemprego jovem rondava os 36,8%. Outro fenómeno, do qual não há dados concretos, pelo menos dados que diferenciem os jovens da restante população activa, é o da emigração “da geração mais qualificada do país”. Sabe-se que em 2013 quase milhão e meio de portugueses deixaram o país de Camões para fugir ao desemprego e às condições de trabalho instáveis e precárias. Portugal está no top dos países da OCDE onde se verificou a segunda maior taxa de emigração, 14,2%.
Segundo André Freire, “esta é a geração que menos respeita as hierarquias, as instituições e as tradições”, daí que esteja na linha da frente das acções “mais disruptivas”.
É na voz do secretário-geral da JS, João Torres, que de forma esquemática surge o “grande problema” desta geração, as dificuldades de emancipação, que o jovem divide em quatro: emprego, qualificações, habitação e mobilidade.
Ainda que admita que o desemprego jovem é o tema “mais dominante da agenda pública do país”, o jovem político diz ser necessário desmitificar a ideia de que há licenciados a mais e chama a atenção para “o desinvestimento no ensino superior”. João acrescenta ainda que “os problemas da habitação e da mobilidade” passam por vezes despercebidos e lembra “o flagelo daqueles que não conseguem sair da casa dos pais”.
Manuel Braga da Cruz, o homem que liderou a Universidade Católica de Lisboa durante 12 anos, fala-nos com propriedade de “uma juventude que tem maior informação, formação, exposição aos media e maior capacidade de ser mobilizada social e politicamente”, e é depois desta conclusão que admite que um dos maiores problemas dos jovens portugueses é o retardamento da aquisição da maturidade social. A tal emancipação que tarda e que é alvo de preocupação do líder da JS.
Na opinião de Braga da Cruz, o retardamento no ingresso na vida activa não se deve apenas aos partidos e às instituições, deve-se sim a inúmeros factores sociais e à própria evolução da sociedade. O professor justifica-se explicando que “a escolarização afastou a maturidade biológica da maturidade social” e que a juventude é produto das sociedades modernas.