Diáspora não confia no PR, nos ministros e nos deputados
Estudo estará completo em finais de Fevereiro e será apresentado aos parlamentares da Assembleia da República
O Presidente da República, os ministros e os deputados são os três grupos sociais em que os portugueses que vivem fora do nosso país têm menos confiança, segundo os resultados preliminares de um novo estudo.
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O Presidente da República, os ministros e os deputados são os três grupos sociais em que os portugueses que vivem fora do nosso país têm menos confiança, segundo os resultados preliminares de um novo estudo.
Mais de 1.070 portugueses residentes em 59 países participaram no estudo "O Sistema Político-Partidário em Portugal visto pela Diáspora Portuguesa", realizado por André Corrêa de Almeida, professor adjunto da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e director executivo do The Earth Institut. O trabalho foi realizado no âmbito da Sustainable Development Solutions Newtwok, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que apoia soluções de desenvolvimento sustentável.
O investigador explica que "esta iniciativa tem como fim contribuir para a modernização do sistema político-partidário em Portugal" e que é um "contributo para uma reflexão 40 anos após o 25 de Abril."
Corrêa de Almeida consideraz que as conclusões mais relevantes dizem respeito à "prioridade para alteração de aspectos institucionais existentes e novas reformas" e aos "níveis de confiança nos diferentes agentes sociopolíticos."
O inquérito avaliou em que grupos sociais os participantes mais confiavam.
Em primeiro lugar, com cerca de 80% de aprovação, surge a família, seguida dos cientistas.
Nos últimos três lugares, com menos de 30% de aprovação, estão o Presidente da República, os ministros e, por fim, os deputados.
Outra questão, cujos resultados foram agora divulgados, diz respeito às mudanças políticas que mais beneficiariam o pais.
Os participantes decidiram que, em primeiro lugar, se deviam aumentar as penalizações por más decisões políticas, e, logo depois, que deviam ser criadas novas entidades reguladoras independentes e reformar todo o sistema democrático.
André Corrêa de Almeida diz que "numa altura em que se debate sobre o sistema político-partidário em Portugal, importa muito tornar presente na vida nacional a perspectiva da diáspora para que esta seja ainda mais participante activa e directa."
O investigador defende que "a diáspora é também, hoje mais do que nunca, graças às novas redes sociais e aos novos meios de comunicação, um meio poderoso de perspectivar os problemas e os bloqueios do país por via quer do distanciamento e internacionalização de referências."
O autor garante que, até ao final de Fevereiro, serão divulgadas outras duas partes do estudo.
"Seguir-se-á um período de partilha dos resultados completos com todos os deputados da Assembleia de República para que se possa recolher informação", explica ainda o investigador, adiantando que este período de consulta deve estar concluído no final de Maio.