Bernanke garante que os estímulos à economia são para manter

Situação melhorou, avisa o líder cessante da Reserva Federal, mas a retoma ainda não está completa

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Ben Bernanke, presidente da Fed Chip Somodevilla/Getty Images/AFP

Bernanke conseguiu ontem resistir à tempestade de neve que se abateu sobre Filadélfia e surgiu num evento da Associação de Economia Americana para pronunciar o seu último discurso como presidente da Fed. No final do mês, o homem que em 2008/2009 enfrentou o drama de evitar o colapso da banca norte-americana vai deixar o cargo, sendo substituído pela actual número 2 do banco central. Janet Yellen foi escolhida pelo presidente Obama e é considerada muito próxima das ideias e das práticas que a instituição tem vindo a pôr em prática.

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Bernanke conseguiu ontem resistir à tempestade de neve que se abateu sobre Filadélfia e surgiu num evento da Associação de Economia Americana para pronunciar o seu último discurso como presidente da Fed. No final do mês, o homem que em 2008/2009 enfrentou o drama de evitar o colapso da banca norte-americana vai deixar o cargo, sendo substituído pela actual número 2 do banco central. Janet Yellen foi escolhida pelo presidente Obama e é considerada muito próxima das ideias e das práticas que a instituição tem vindo a pôr em prática.

Num espécie de testemunho para o futuro, Bernanke deixou claro que a política de estímulos é para continuar, porque há boas notícias em alguns sectores económicos – como o imobiliário -, mas ainda é cedo para se falar de uma situação de normalidade. O ainda presidente da Fed sustentou que a retoma da maior economia do mundo “ainda está claramente incompleta”.

No final do mês passado, o comité de política monetária da Reserva Federal decidiu reduzir, em 10 mil milhões de dólares, o programa de aquisição de activos no mercado, que é conhecido como quantitative easing. Deste mês, as compras irão ficar-se pelos 75 mil milhões de dólares. “Mas esta decisão não significa nenhuma diminuição dos compromissos da Fed para manter uma clara política acomodatícia pelo tempo que for necessário”.

Bernanke explicou que o movimento fica a dever-se ao reconhecimento de algumas melhorias no mercado de trabalho, precisamente o centro de preocupações que conduziu à decisão de avançar com o quantitative easing.

Além de continuar a imprimir dinheiro para comprar títulos de dívida e outros activos no mercado, a Fed deverá manter também, no médio prazo, a política de taxa de juro perto do zero. Até porque, como lembrou o líder da Fed, o desemprego mantêm-se ainda nos 7% e número de desempregados de longa duração continua em níveis pouco recomendáveis.

Ontem, aliás, a Casa Branca anunciou que, na próxima semana, o presidente Obama irá pressionar o Congresso a agir no sentido de estender no tempo o regime excepcional de subsídio de desemprego. Em comunicado, a assessoria de Obama avisa que o presidente irá alertar para “as consequências negativas para economia norte-americana se o Congresso falhar em actuar de forma rápida nesta prioridade urgente”.