Médicos procuram ganhar tempo para salvar vida de Schumacher
Ex-piloto permanece em estado crítico. Autoridades judiciais francesas abriram investigação ao acidente.
“Podemos falar de risco de vida. Ele está a ser reanimado. A sua condição é muito grave”, disse Jean-François Payen, chefe do serviço de reanimação do Hospital de Grenoble, citado pela AFP. Familiares, amigos e adeptos de Fórmula 1 esperam o melhor mas preparam-se para o pior.
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“Podemos falar de risco de vida. Ele está a ser reanimado. A sua condição é muito grave”, disse Jean-François Payen, chefe do serviço de reanimação do Hospital de Grenoble, citado pela AFP. Familiares, amigos e adeptos de Fórmula 1 esperam o melhor mas preparam-se para o pior.
“Ainda não nos podemos pronunciar sobre o futuro de Michael Schumacher”, acrescentou Payen, explicando que o ex-piloto de Fórmula 1 — que cumprirá na sexta-feira o seu 45.º aniversário — sofreu “lesões difusas e graves”, apesar de usar um capacete quando esquiava em Méribel. O que foi determinante para Schumacher sobreviver ao acidente: “Alguém que sofresse um choque deste tipo sem capacete certamente não chegaria cá”, sublinhou o médico.
Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, embateu com a cabeça numa rocha, quando esquiava fora da pista da estância de Méribel, nos Alpes franceses. O procurador de Albertville abriu uma investigação para apurar as causas do acidente. Philippe Quincy explicou à agência Reuters que a violência do embate fez com que o capacete se partisse em dois.
“Sabemos que o acidente ocorreu numa zona fora dos trilhos, onde as rochas estão parcial ou totalmente escondidas pela neve”, disse, admitindo ser provável que o ex-piloto alemão tenha perdido o equilíbrio numa dessas rochas, antes de cair e embater com a cabeça.
O sete vezes campeão mundial de Fórmula 1 chegou à unidade hospitalar de Grenoble em coma e com “um traumatismo craniano grave”, já depois de ter passado pelo hospital de Moûtiers. Foi submetido imediatamente a uma intervenção neurocirúrgica em condições de hipotermia (34 a 35 graus), “para reduzir o estímulo natural de consumo de oxigénio no seu cérebro”, disse Payen.
Geralmente são necessárias 48 horas, ou mais, para poder tirar uma conclusão” relativamente a um traumatizado, explicou à AFP o professor da Faculdade de Medicina de Angers Jean-Luc Truelle. Nesse período, o estado clínico pode agravar-se ou melhorar, acrescentou.
Angústia em Kerpen
“Todos sabemos que ele é um lutador e não vai desistir”, podia ler-se na mensagem colocada pela família do ex-piloto na página oficial de Schumacher na Internet, onde se agradecia também todo o apoio recebido. E ele surgiu de todos os lados. A chanceler Angela Merkel confessou-se “abalada”. O compatriota Sebastian Vettel, conhecido como “Baby Schumi”, admitiu estar “em choque”. “Espero que melhore tão rápido quanto possível”, disse o campeão mundial em título da Fórmula 1. No Twitter, Felipe Massa, ex-colega de equipa, escreveu: “Que Deus te proteja, meu irmão”. “Todos na Ferrari estão num estado de ansiedade desde que se soube do acidente de Michael Schumacher”, anunciou a ex-equipa do alemão.
Kerpen, a localidade onde Michael Schumacher cresceu, viveu um dia de frio e angústia, à espera de notícias do mais ilustre filho da terra. “O clube de fãs e muitos habitantes estão inquietos, não só pelo campeão de Fórmula 1 mas pelo homem”, disse à AFP a presidente da Câmara de Kerpen, Marlies Sieburg, acrescentando que Schumacher é reconhecido “não só pelos seus feitos desportivos mas também porque soube continuar a ser simples”. “Podia ser um de nós.”