Uganda a postos para combater rebeldes do Sudão do Sul

Se não houver cessar-fogo até ao final do dia, conflito interno poderá tornar-se numa guerra regional.

Foto
Combates no Sudão do Sul têm sido travados sobretudo no norte do país James Akena/Reuters

No final da semana passada, o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, afirmou estar disposto a declarar um cessar-fogo no conflito que dura há duas semanas e já fez mais de mil mortos. O anúncio foi feito após uma cimeira entre alguns países da África Oriental, cujos governantes apelaram a que Machar faça “um compromisso semelhante” até ao final do ano. Até ao momento, o líder dos rebeldes apenas se mostrou favorável a um acordo que preveja a libertação de alguns dos seus apoiantes.

“Demos quatro dias a Riek Machar para responder e se ele não o fizer teremos de ir atrás dele, todos nós”, afirmou à Reuters Yoweri Museveni, que esteve na capital sul-sudanesa, Juba. O Uganda já tem um contingente no país vizinho, mas afirma que o seu objectivo é apenas o de “facilitar a evacuação de civis”, de acordo com o tenente-coronel Paddy Ankunda, porta-voz do exército, citado pelo Washington Post.

É incerto se a posição do Uganda é partilhada pelos restantes países da região, no entanto constitui um indício de que aquele que ainda é um conflito interno pode aumentar de magnitude. O porta-voz da presidência do Quénia, Manoah Esipisu, disse à Reuters que é inapropriado tecer comentários antes do final do prazo concedido a Machar.

Os combates no Sudão do Sul, apenas dois anos e meio depois da independência, tiveram origem numa luta pelo poder entre o actual Presidente e o seu ex-vice, mas depressa adoptaram contornos étnicos. O Sudão do Sul alberga cerca de 200 tribos diferentes, sendo os dinka, de que faz parte Kiir, e os nuer, a que pertence Machar, as mais representativas.

O agravamento dos conflitos e o ambiente caótico que se vive, sobretudo nos estados petrolíferos do Norte, têm levado milhares de sul-sudaneses a fugir das suas casas. Um relatório das Nações Unidas publicado ontem apontava para 180 mil refugiados por causa do conflito, dos quais 75 mil fugiram para várias bases da ONU no país.
 
 
 
 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

No final da semana passada, o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, afirmou estar disposto a declarar um cessar-fogo no conflito que dura há duas semanas e já fez mais de mil mortos. O anúncio foi feito após uma cimeira entre alguns países da África Oriental, cujos governantes apelaram a que Machar faça “um compromisso semelhante” até ao final do ano. Até ao momento, o líder dos rebeldes apenas se mostrou favorável a um acordo que preveja a libertação de alguns dos seus apoiantes.

“Demos quatro dias a Riek Machar para responder e se ele não o fizer teremos de ir atrás dele, todos nós”, afirmou à Reuters Yoweri Museveni, que esteve na capital sul-sudanesa, Juba. O Uganda já tem um contingente no país vizinho, mas afirma que o seu objectivo é apenas o de “facilitar a evacuação de civis”, de acordo com o tenente-coronel Paddy Ankunda, porta-voz do exército, citado pelo Washington Post.

É incerto se a posição do Uganda é partilhada pelos restantes países da região, no entanto constitui um indício de que aquele que ainda é um conflito interno pode aumentar de magnitude. O porta-voz da presidência do Quénia, Manoah Esipisu, disse à Reuters que é inapropriado tecer comentários antes do final do prazo concedido a Machar.

Os combates no Sudão do Sul, apenas dois anos e meio depois da independência, tiveram origem numa luta pelo poder entre o actual Presidente e o seu ex-vice, mas depressa adoptaram contornos étnicos. O Sudão do Sul alberga cerca de 200 tribos diferentes, sendo os dinka, de que faz parte Kiir, e os nuer, a que pertence Machar, as mais representativas.

O agravamento dos conflitos e o ambiente caótico que se vive, sobretudo nos estados petrolíferos do Norte, têm levado milhares de sul-sudaneses a fugir das suas casas. Um relatório das Nações Unidas publicado ontem apontava para 180 mil refugiados por causa do conflito, dos quais 75 mil fugiram para várias bases da ONU no país.