Ribeiro e Castro não vai ao congresso do CDS e critica Portas
Antigo líder do CDS diz que há um ambiente de perseguição no partido, com “controleiros internos”.
“Este congresso foi organizado de forma processional como as procissões, com tempos muito marcados”, afirma o deputado, que faltará à reunião magna do CDS como forma de significar o seu distanciamento do partido. Mas garante que irá continuar a cumprir o seu mandato de deputado e o de autarca em Odemira, bem como empenhar-se nas causas que já assumiu como a da restauração do feriado do 1º de Dezembro.
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“Este congresso foi organizado de forma processional como as procissões, com tempos muito marcados”, afirma o deputado, que faltará à reunião magna do CDS como forma de significar o seu distanciamento do partido. Mas garante que irá continuar a cumprir o seu mandato de deputado e o de autarca em Odemira, bem como empenhar-se nas causas que já assumiu como a da restauração do feriado do 1º de Dezembro.
“Tenho algum desencanto com a falta de institucionalismo do partido”, afirma Ribeiro e Castro, que já há algum tempo que critica o fraco debate interno no CDS. “A comissão política passa meses sem reunir e ouvi com surpresa dizer a um membro da direcção que é um órgão consultivo, e o Senado [órgão composto por históricos do CDS], que foi criado pelo Presidente do partido, não reúne”, aponta.
Referindo que houve levantamento de processos disciplinares a militantes a propósito das eleições autárquicas – tal como aconteceu no PSD — Ribeiro e Castro diz que há “perseguição” dentro do partido. “Sente-se um ambiente de controleiros internos impróprios de um partido democrático”, afirma. O deputado sublinha que o partido vive num “quadro de acentuado dirigismo” e que o facto de existirem três moções ao congresso subscritas por membros da direcção “é uma táctica de ocupação de palco”. Na análise que faz às moções globais, Ribeiro e Castro lembra que só o texto da Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos aborda o problema dos idosos, o que lamenta.
O ex-presidente do CDS — que sucedeu a Paulo Portas em 2005 e que foi substituído novamente por Portas em 2007 — lança um forte ataque à estratégia política do actual líder de ter assumido “reservas” ao OE para 2013: “É como se 2013 não tivesse existido. Foi um erro colossal a preparação do Orçamento, depois a crise explodiu em Julho, o efeito colateral é a coligação para as Europeias”. “A direcção devia reconhecer que errou. Estaríamos melhor se houvesse coesão política no Governo”, disse, defendendo que a questão deveria ser debatida internamente. A forma como o partido funciona levou Ribeiro e Castro a demitir-se, no passado mês de Setembro, de presidente da comissão parlamentar de Educação.