2014. O que vemos nós em ti?

“Mais amigos” sem emprego. “Mais famílias” em apuros. “Mais desconhecidos” a dormir na rua. “Mais instituições” a depender da sociedade civil. É o ano em que nada esperamos

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HooverStreetStudios/Flickr

São apenas quatro caracteres. Menos que “Sonho” ou que “Ideal”, muito menos que “Desastre” ou “Ameaça”, mas a verdade é que carregam um sem número de sensações e imagens associadas. Neles podemos ver “Esperança” ou “Perigo”. Deles podemos sentir “Medo” ou só “Receio”. É certo que os poderíamos esticar para quinze e escrever “Dois mil e catorze”. Mas a fórmula mais curta é a que mais respeito nos impõe. 2014. O que vemos nós em ti?

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

São apenas quatro caracteres. Menos que “Sonho” ou que “Ideal”, muito menos que “Desastre” ou “Ameaça”, mas a verdade é que carregam um sem número de sensações e imagens associadas. Neles podemos ver “Esperança” ou “Perigo”. Deles podemos sentir “Medo” ou só “Receio”. É certo que os poderíamos esticar para quinze e escrever “Dois mil e catorze”. Mas a fórmula mais curta é a que mais respeito nos impõe. 2014. O que vemos nós em ti?

Num olhar mais repentino continuamos a ver “Crise”. Continuamos a ver o país com “Pouco dinheiro”. Continuamos a ver “Desemprego”. Quase juramos que o vemos aumentar se olharmos com mais detalhe. Continuamos a ver “IVA”. E vemo-lo subir. Continuamos a ver “Muito pouco a baixar”. E vemos lá longe o “Constitucional” atento, a ameaçar novos chumbos.

Continuamos a olhar e vemos o “Regresso aos mercados”. Será que vemos? (Olhemos bem. É melhor que se veja, mesmo que desfocado). Vemos o “Fim do processo de resgate”. Vemos o país em “Programas cautelares”, cheio de novas cautelas. Não vá o défice voltar a disparar e o senhorio ter que regressar para nos ajudar a fazer contas. E que contas...

2014 mostra-nos também “Mais gente” a precisar de nós. “Mais amigos” sem emprego. “Mais famílias” em apuros. “Mais desconhecidos” a dormir na rua. “Mais instituições” a depender da sociedade civil. É o ano em que nada esperamos. Em que deixamos de acreditar que é passageiro. Em que contamos connosco e com aquilo que podemos fazer. Mas “Mais atentos” aos outros.

Em 2014 vemos também um “Mundo em desassossego”. “Mais tenção” em quem sonha ser Europa. “Mais horror” na África esquecida. “Mais abusos” na Ásia que produz. “Mais luta” na mudança da estação árabe, que insiste em não ser Verão. “Mais massacres” por gente em desequilíbrio que não encaixa no mundo e que o mundo não sabe encaixar. “Mais sangue”. “Mais sangue”. “Mais sangue”.

Vemos que 2014 “Levará alguns nomes”. Das artes. Da economia. Da política. Levaram sempre os anos que o antecederam. Levarão também os próximos. Mas trazem outros. Gente que se destaca. Que corta primeiro a meta. Que inventa uma nova cura. Quem sabe mais portugueses chegam ao topo do mundo? Um Óscar. Um Nobel. Um grande prémio. Uma montanha.

Se olharmos melhor vemos “Futebol”. Vemos “Ronaldo na gala da FIFA” de troféu na mão. Vemos um “Verão brasileiro” que promete disfarçar a crise e encher de cor o país e o mundo. Não vemos ainda os golos mas conseguimos imaginá-los. Todos lindos, todos nossos. Curioso como daqui ainda não se vêem os que vamos sofrer... Melhor assim. Futebol gravado é pior que saber o fim das novelas. E 2014 ainda pode vir a revelar muitas e boas surpresas, dentro e fora de campo. Que seja em ambos. Feliz novo ano!