Descoberta uma nova espécie de cavalo com 4,4 milhões de anos

Fóssil de cavalo primitivo vem preencher algumas lacunas da história evolutiva destes animais.

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O cavalo foi domesticado há cerca de 6000 anos, na Ásia Alejandro Ruesga/Reuters

Actualmente, a jazida de Aramis localiza-se numa região desértica, com clima quente e seco. Mas no Plioceno médio, altura em que viveu esta nova espécie de cavalo – o Eurygnathohippus woldegabrieli –, o ambiente era húmido, com uma floresta cerrada intercalada de zonas mais abertas que incluíam pastagens. Era nas pastagens que este cavalo encontrava o seu principal alimento.

A estrutura e o desgaste dos dentes permitem muitas vezes determinar, por comparação com as espécies actuais, qual seria o regime alimentar do animal fossilizado. A estrutura dos dentes de Eurygnathohippus woldegabrieli é diferente dos seus antecessores. As semelhanças com o rinoceronte-branco ou a zebra-de-grevy mostram que se alimentaria de gramíneas rígidas muito abrasivas para os dentes. “As gramíneas são como uma lixa”, disse, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Scott Simpson, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos.

Os vários Eurygnathohippus, tal como as espécies que lhe antecederam, tinham três dedos, ao contrário dos equídeos modernos (cavalos, zebras e burros), que têm apenas um dedo desenvolvido (o casco). A primeira espécie de equídeo surgiu da América do Norte, há cerca de 55 milhões de anos. Depois, os sucessores ocuparam a América do Sul, a Ásia, a Europa e, por fim, a África, de onde são todas as espécies do género Eurygnathohippus. A descoberta desta nova espécie veio preencher a lacuna existente na história evolutiva deste género.

O Eurygnathohippus woldegabrieli é maior e mais robusto que os que lhe precederam, mostrando que o tamanho dos animais nesta família foi aumentando ao longo do tempo. Esta nova espécie estava perfeitamente adaptada a percorrer longas distâncias e a fugir dos leões, ou de outros predadores que perseguissem as suas presas em corrida, à semelhança do que acontece com as zebras, um dos seus parentes modernos.

Um pré-humano bípede

O Eurygnathohippus woldegabrieli partilhou o ambiente florestal com o pré-humano Ardipithecus ramidus, mas a relação entre estas duas famílias – os equídeos e os hominídeos – estava ainda muito distante da que se criaria muito mais tarde, há cerca de 6000 anos, quando o homem domesticou o cavalo, na Ásia.

O Ardipithecus ramidus era completamente distinto dos géneros Australopithecus e Homo, distinto mesmo dos chimpanzés ou dos gorilas. O “Ardipithecus ramidus”, cujos ossos também foram encontrados na jazida de Aramis, tem polegares oponíveis tanto nas mãos como nos pés e estaria perfeitamente adaptado à vida nas árvores. Contudo, a sua bacia mostra que quando estava no chão teria uma postura bípede.

Para além das espécies importantes do pré-humano e do cavalo, existem 6000 espécimes de vertebrados na jazida de Aramis, na Etiópia, um dos melhores locais para estudar as épocas do Plioceno ao Pleistoceno africano. A equipa, que inclui investigadores de vários institutos dos Estados Unidos e um de Espanha, sobretudo ligados à evolução e antropologia, continuará a trabalhar nos vestígios encontrados nesta região etíope.

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Actualmente, a jazida de Aramis localiza-se numa região desértica, com clima quente e seco. Mas no Plioceno médio, altura em que viveu esta nova espécie de cavalo – o Eurygnathohippus woldegabrieli –, o ambiente era húmido, com uma floresta cerrada intercalada de zonas mais abertas que incluíam pastagens. Era nas pastagens que este cavalo encontrava o seu principal alimento.

A estrutura e o desgaste dos dentes permitem muitas vezes determinar, por comparação com as espécies actuais, qual seria o regime alimentar do animal fossilizado. A estrutura dos dentes de Eurygnathohippus woldegabrieli é diferente dos seus antecessores. As semelhanças com o rinoceronte-branco ou a zebra-de-grevy mostram que se alimentaria de gramíneas rígidas muito abrasivas para os dentes. “As gramíneas são como uma lixa”, disse, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Scott Simpson, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos.

Os vários Eurygnathohippus, tal como as espécies que lhe antecederam, tinham três dedos, ao contrário dos equídeos modernos (cavalos, zebras e burros), que têm apenas um dedo desenvolvido (o casco). A primeira espécie de equídeo surgiu da América do Norte, há cerca de 55 milhões de anos. Depois, os sucessores ocuparam a América do Sul, a Ásia, a Europa e, por fim, a África, de onde são todas as espécies do género Eurygnathohippus. A descoberta desta nova espécie veio preencher a lacuna existente na história evolutiva deste género.

O Eurygnathohippus woldegabrieli é maior e mais robusto que os que lhe precederam, mostrando que o tamanho dos animais nesta família foi aumentando ao longo do tempo. Esta nova espécie estava perfeitamente adaptada a percorrer longas distâncias e a fugir dos leões, ou de outros predadores que perseguissem as suas presas em corrida, à semelhança do que acontece com as zebras, um dos seus parentes modernos.

Um pré-humano bípede

O Eurygnathohippus woldegabrieli partilhou o ambiente florestal com o pré-humano Ardipithecus ramidus, mas a relação entre estas duas famílias – os equídeos e os hominídeos – estava ainda muito distante da que se criaria muito mais tarde, há cerca de 6000 anos, quando o homem domesticou o cavalo, na Ásia.

O Ardipithecus ramidus era completamente distinto dos géneros Australopithecus e Homo, distinto mesmo dos chimpanzés ou dos gorilas. O “Ardipithecus ramidus”, cujos ossos também foram encontrados na jazida de Aramis, tem polegares oponíveis tanto nas mãos como nos pés e estaria perfeitamente adaptado à vida nas árvores. Contudo, a sua bacia mostra que quando estava no chão teria uma postura bípede.

Para além das espécies importantes do pré-humano e do cavalo, existem 6000 espécimes de vertebrados na jazida de Aramis, na Etiópia, um dos melhores locais para estudar as épocas do Plioceno ao Pleistoceno africano. A equipa, que inclui investigadores de vários institutos dos Estados Unidos e um de Espanha, sobretudo ligados à evolução e antropologia, continuará a trabalhar nos vestígios encontrados nesta região etíope.