Vamos conseguir saber o que os nossos cães pensam

Empresa sueca está a desenvolver um “gadget” que permite traduzir pensamentos de cães em linguagem humana. Campanha de “crowdfunding” já angariou os dez mil dólares iniciais — e ainda faltam mais de 50 dias para o fim do tempo

“Imagina que o teu cão te pode dizer o que está a pensar”, começa o vídeo de apresentação de “No More Woof”, o primeiro aparelho que pode vir a “traduzir pensamentos de cães em linguagem humana”. Desenvolvido pela Nordic Society for Invention and Discovery, o aparelho aplica tecnologias já existentes numa nova área de investigação. Tudo para que as pessoas possam saber exactamente quando os cães estão cansados, com fome ou felizes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Imagina que o teu cão te pode dizer o que está a pensar”, começa o vídeo de apresentação de “No More Woof”, o primeiro aparelho que pode vir a “traduzir pensamentos de cães em linguagem humana”. Desenvolvido pela Nordic Society for Invention and Discovery, o aparelho aplica tecnologias já existentes numa nova área de investigação. Tudo para que as pessoas possam saber exactamente quando os cães estão cansados, com fome ou felizes.

Este é um projecto em desenvolvimento: ainda não há resultados práticos, daí que a empresa nórdica esteja à procura de financiamento para a investigação. Para tal, criaram uma campanha de "crowdfunding" na plataforma Indiegogo, onde pedem dez mil dólares (cerca de sete mil e 300 euros). Online desde 16 de Dezembro, a campanha já angariou mais do que o valor inicialmente solicitado — e só termina a 14 de Fevereiro de 2014. É possível contribuir a partir de cinco dólares e até 600.

A empresa assegura que o "No More Woof", semelhante a uns auscultadores, é “totalmente não invasivo” e selado com uma capa de plástico rígido. “Nenhum animal alguma vez foi ou será maltratado ou exposto a riscos durante as nossas experiências”, garante, na página do projecto. Aliás, os cães participantes são os próprios animais de estimação dos membros da equipa.

Foto

"Quem és tu?" 

Foto

A trabalhar neste “gadget” inovador há mais de seis meses, os investigadores lidam com várias áreas tecnológicas diferentes, por forma a mapearem o funcionamento do cérebro dos cães. Um altifalante tornará possível — dentro de poucos anos, espera a equipa — que os pensamentos dos animais se traduzam em linguagem humana.

Entre os padrões de pensamento já identificados, “Estou cansado”, “Tenho fome” e “Quem és tu?” são os que reflectem uma actividade cerebral mais intensa. Mas como o cérebro dos cães funciona de maneira diferente do dos humanos, estes padrões são “mais um estado mental do que um pensamento, embora a diferença entre estas duas coisas seja uma questão filosófica interessante”.

A Nordic Society for Invention and Discovery é uma pequena empresa escandinava com uma forte componente de laboratório, responsável pelo desenvolvimento de produtos como a iRock (uma cadeira de baloiço que carrega o iPad) ou a Fly Lamp (uma lâmpada que paira e nos segue para todo o lado). O objectivo é sempre o mesmo: “encontrar, inventar e desenvolver produtos novos e incríveis com o potencial de mudar o mundo”.