O esqueleto da Misty vai repousar na Dinamarca
Comprado por um anónimo num leilão no Reino Unido, o dinossauro foi a prenda de Natal antecipada dada ao Museu de História Natural da Dinamarca por uma fundação.
Após o leilão, a 27 de Novembro, Rupert van der Werff, representante da leiloeira Summers Place, assegurou à BBC News que Misty seria exposta ao público, mas que não poderia revelar quem tinha sido o comprador que dispusera de 480 mil euros (400 mil libras) para a adquirir.
Agora, um comunicado de imprensa da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, revela que o seu Museu de História Natural adquiriu, com o apoio da Fundação da Família Obel, o mais completo esqueleto de Diplodocus longus descoberto até à data, com cerca de 40% de ossos originais. Chegará à Dinamarca durante 2014 e ficará temporariamente no actual Museu de Zoologia, enquanto se prepararam as novas instalações do Museu de História Natural.
“O Museu de História Natural da Dinamarca está num processo de fusão dos museus de existentes: Zoologia, Geologia e Jardim Botânico, e vai estabelecer-se no centro de Copenhaga. A Misty será um dos ícones deste novo museu”, afirma ao PÚBLICO Hanne Strager, responsável pelo Departamento de Exposições do museu. O novo espaço estará pronto em 2018.
A fundação, que valoriza o ensino, a investigação e a saúde, além de ter proporcionado a compra deste magnífico exemplar, também apoia a construção do novo museu. “A Misty é um símbolo icónico que nos fascina, e este dinossauro irá ser um valor acrescentado para o museu ao longo das gerações futuras”, diz no comunicado da universidade Christen Obel, presidente da Fundação da Família Obel, cuja fortuna começou com uma empresa tabaqueira no século XIX.
Neste momento, existem no mundo mais cinco esqueletos deste saurópode, mas que não chegam aos 30% de ossos originais. Um deles, o exemplar no Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), resulta até da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, e foi a partir deste que se criou o famoso Dippy, a réplica de Diplodocus longus à entrada do Museu de História Natural de Londres.
“Ter um dinossauro gigante é claramente o sonho de qualquer museu de história natural. Para entendermos a natureza e o mundo em que vivemos, temos de entender o passado. E, mais do que tudo, um dinossauro liga-nos a um passado distante, quando o mundo tinha um aspecto muito diferente”, diz Morten Meldgaard, director do Museu de História Natural da Dinamarca, que pertence à Universidade de Copenhaga.
Além disso, Misty tem já uma longa história para contar. Este herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, com 17 metros de comprimento e seis metros de altura, levou nove semanas a ser escavado, já em 2009. Foi descoberta pelos filhos do caçador de fósseis alemão Raimund Albersdörfer, numa zona que se considerava de pouco interesse e que veio a verificar-se ser rica em fósseis.
Com os ossos bem acondicionados, viajou para um laboratório na Holanda, onde Aart Walens, um especialista na reconstrução de dinossauros, montou o esqueleto numa estrutura metálica que lhe conferisse uma postura natural e a sensação de movimento. “Como era uma fêmea, dei-lhe um movimento suave”, conta à BBC News.
Conseguir montar as cerca de 300 peças que compõe o dinossauro, ossos originais e réplicas criadas, na respectiva estrutura metálica, foi um trabalho moroso e desafiante. Mas agora, este gigantesco puzzle tridimensional pode ser facilmente montado e desmontado, o que facilitou o transporte da Holanda para o Reino Unido e, em breve, para a Dinamarca.
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Após o leilão, a 27 de Novembro, Rupert van der Werff, representante da leiloeira Summers Place, assegurou à BBC News que Misty seria exposta ao público, mas que não poderia revelar quem tinha sido o comprador que dispusera de 480 mil euros (400 mil libras) para a adquirir.
Agora, um comunicado de imprensa da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, revela que o seu Museu de História Natural adquiriu, com o apoio da Fundação da Família Obel, o mais completo esqueleto de Diplodocus longus descoberto até à data, com cerca de 40% de ossos originais. Chegará à Dinamarca durante 2014 e ficará temporariamente no actual Museu de Zoologia, enquanto se prepararam as novas instalações do Museu de História Natural.
“O Museu de História Natural da Dinamarca está num processo de fusão dos museus de existentes: Zoologia, Geologia e Jardim Botânico, e vai estabelecer-se no centro de Copenhaga. A Misty será um dos ícones deste novo museu”, afirma ao PÚBLICO Hanne Strager, responsável pelo Departamento de Exposições do museu. O novo espaço estará pronto em 2018.
A fundação, que valoriza o ensino, a investigação e a saúde, além de ter proporcionado a compra deste magnífico exemplar, também apoia a construção do novo museu. “A Misty é um símbolo icónico que nos fascina, e este dinossauro irá ser um valor acrescentado para o museu ao longo das gerações futuras”, diz no comunicado da universidade Christen Obel, presidente da Fundação da Família Obel, cuja fortuna começou com uma empresa tabaqueira no século XIX.
Neste momento, existem no mundo mais cinco esqueletos deste saurópode, mas que não chegam aos 30% de ossos originais. Um deles, o exemplar no Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), resulta até da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, e foi a partir deste que se criou o famoso Dippy, a réplica de Diplodocus longus à entrada do Museu de História Natural de Londres.
“Ter um dinossauro gigante é claramente o sonho de qualquer museu de história natural. Para entendermos a natureza e o mundo em que vivemos, temos de entender o passado. E, mais do que tudo, um dinossauro liga-nos a um passado distante, quando o mundo tinha um aspecto muito diferente”, diz Morten Meldgaard, director do Museu de História Natural da Dinamarca, que pertence à Universidade de Copenhaga.
Além disso, Misty tem já uma longa história para contar. Este herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, com 17 metros de comprimento e seis metros de altura, levou nove semanas a ser escavado, já em 2009. Foi descoberta pelos filhos do caçador de fósseis alemão Raimund Albersdörfer, numa zona que se considerava de pouco interesse e que veio a verificar-se ser rica em fósseis.
Com os ossos bem acondicionados, viajou para um laboratório na Holanda, onde Aart Walens, um especialista na reconstrução de dinossauros, montou o esqueleto numa estrutura metálica que lhe conferisse uma postura natural e a sensação de movimento. “Como era uma fêmea, dei-lhe um movimento suave”, conta à BBC News.
Conseguir montar as cerca de 300 peças que compõe o dinossauro, ossos originais e réplicas criadas, na respectiva estrutura metálica, foi um trabalho moroso e desafiante. Mas agora, este gigantesco puzzle tridimensional pode ser facilmente montado e desmontado, o que facilitou o transporte da Holanda para o Reino Unido e, em breve, para a Dinamarca.