Nem a chuva desmobilizou as centenas que "exigiram" a demissão do Governo em Belém
A decisão de inconstitucionalidade à convergência das pensões decretada pelo Constitucional foi aplaudida pelas muitas centenas que estiveram em Belém.
Estava marcada para as 19H, a vigília organizada pela CGTP frente ao Palácio de Belém e nem a chuva impediu a presença de muitos jovens, trabalhadores, reformados e até de dois “jumentos que já não aguentam o peso do Orçamento e o vetariam”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Estava marcada para as 19H, a vigília organizada pela CGTP frente ao Palácio de Belém e nem a chuva impediu a presença de muitos jovens, trabalhadores, reformados e até de dois “jumentos que já não aguentam o peso do Orçamento e o vetariam”.
"A chuva nunca me afastou, não seria hoje", contava Maria Antónia. "Demitam-se, demitam-se todos", acrescentava.<_o3a_p>
De acordo com a organização da CGTP, cerca de 50 autocarros vieram dos distritos de Setúbal, Leiria, Santarém, Beja e Évora.<_o3a_p>
Os manifestantes reafirmaram a luta “contra o roubo das pensões, dos salários e subsídios”, contra a destruição de serviços públicos e das funções sociais do Estado e pela “defesa das conquistas de Abril”.<_o3a_p>
Archotes e fogareiros foram acesos para maior conforto dos que ali estavam. Joaquim Mesquita foi funcionário dos CTT e veio denunciar “o ataque ao Estado Social e a destruição do país”. “Este governo está a mais”, ecoava em Belém. “Rua!”, gritava-se.<_o3a_p>
Fernando Rocha, 66 anos, combateu no Ultramar e é aposentado das finanças. Trouxe consigo o companheiro de luta, o cão Nico que “até já se propôs como conselheiro de Estado, mas não foi nomeado”. Fernando diz sentir-se cercado pelos sucessivos cortes a que chama roubos. Ainda assim, olha para o futuro com esperança e acredita numa “nova revolução em que povo volte a ter dignidade”. <_o3a_p>
Representantes dos trabalhadores do Metro, dos CTT, do call center da EDP, das auto-estradas, da Câmara Municipal de Lisboa, o ex-presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria, um professor e investigador e o ex-director das Florestas intervieram no palco improvisado montado na carrinha de som do sindicato.<_o3a_p>
Devido ao frio e à chuva, os representantes das Carris, da Rodoviária do Tejo, Securitas e Moviflor abdicaram da sua intervenção a favor da de Arménio Carlos.<_o3a_p>
Certo de que as políticas do Governo “atentam contra os direitos humanos”, Arménio Carlos anunciou “que a luta continua” em 2014.<_o3a_p>
O líder da CGTP revelou que já está nos planos do sindicato a criação de um movimento pelo aumento do salário mínimo nacional e da produção nacional, pela “criação de mais e melhor emprego” e pelo combate à precariedade.<_o3a_p>
Arménio Carlos reafirmou que “há alternativas e há saídas para resolver os problemas do país e dos portugueses” e celebrou a declaração de inconstitucionalidade da convergência das pensões decretada pelo Tribunal Constitucional afirmando que esta “é uma vitória de todo o povo português que não se resignou”. <_o3a_p>
“Em relação ao Constitucional 1 a 0!”, declarou ao exigir a novamente a demissão do Governo que disse estar “fora da lei”. <_o3a_p>