Um processo que nos obriga a pensar
Num momento em que, no campo da saúde, se discute ainda o peso e consequências de alegados “racionamentos” (o Conselho de Ética para as Ciências da Vida defendia em 2012, por exemplo, que uma racionalização – não um racionamento – seria benigna para reduzir custos e aumentar igualdade no tratamento dos doentes), o processo movido por um doente com cancro na próstata ao IPO do Porto obriga a uma reflexão. O doente em causa, com o estado de saúde a piorar de dia para dia, quer que o IPO do Porto (ao qual está ligado desde 2005) lhe disponibilize um tratamento com medicamentos inovadores, dispendiosos, alegando que estão em causa “o direito à vida e à protecção na saúde”. O pedido que ele fez ao ministro da Saúde é lancinante: “Tenho 59 anos, quero viver o m ais possível. Por favor, decida já.” Há argumentos do IPO para agir em contrário? Há. E vale a pena lê-los. Mas também vale a pena reflectir sobre o quanto vale uma vida.
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Num momento em que, no campo da saúde, se discute ainda o peso e consequências de alegados “racionamentos” (o Conselho de Ética para as Ciências da Vida defendia em 2012, por exemplo, que uma racionalização – não um racionamento – seria benigna para reduzir custos e aumentar igualdade no tratamento dos doentes), o processo movido por um doente com cancro na próstata ao IPO do Porto obriga a uma reflexão. O doente em causa, com o estado de saúde a piorar de dia para dia, quer que o IPO do Porto (ao qual está ligado desde 2005) lhe disponibilize um tratamento com medicamentos inovadores, dispendiosos, alegando que estão em causa “o direito à vida e à protecção na saúde”. O pedido que ele fez ao ministro da Saúde é lancinante: “Tenho 59 anos, quero viver o m ais possível. Por favor, decida já.” Há argumentos do IPO para agir em contrário? Há. E vale a pena lê-los. Mas também vale a pena reflectir sobre o quanto vale uma vida.