No novo Governo alemão, sociais-democratas tomam conta da Economia e da Energia

Na coligação que junta democratas-cristãos e sociais-democratas há uma mulher na pasta da Defesa, Ursula von der Leyen.

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Os sociais-democratas apresentam os seus ministros no novo Governo alemão John Macdougall/AFP

A distribuição das pastas entre os ministros do SPD foi a primeira a ser divulgada. Como esperado, o partido ficará com as pastas da Economia – Sigmar Gabriel, o líder – e do Trabalho, que será tutelada pela secretária-geral do partido, Andrea Nahles. 

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A distribuição das pastas entre os ministros do SPD foi a primeira a ser divulgada. Como esperado, o partido ficará com as pastas da Economia – Sigmar Gabriel, o líder – e do Trabalho, que será tutelada pela secretária-geral do partido, Andrea Nahles. 

Do lado da CDU, um dos ministérios mais importantes, o das Finanças, mantém-se com Wolfgang Schäuble, o ministro apoio da chanceler Angela Merkel na crise do euro. Os sociais-democratas tinham desejado este lugar, mas Merkel manteve o apoio ao seu aliado, sublinhado aliás pela popularidade do ministro na Alemanha (várias sondagens mostraram que uma grande maioria queria que continuasse no cargo).

A grande surpresa dos democratas-cristãos foi a nomeação de uma mulher para a pasta da Defesa – Ursula von der Leyen, que ganhou peso enquanto ministra da Família e continuou a subir na pasta do Trabalho, que terá rejeitado um ministério "menor", a Saúde. Vai ser agora a primeira mulher na Defesa. 

O Ministério da Economia a cargo do SPD será alargado, ficando com a supervisão da difícil tarefa da transição da energia nuclear para fontes renováveis, que estava a esbarrar em diferenças entre os ministérios e a começar a fazer-se notar na conta de electricidade dos consumidores.

A ministra do Trabalho (que vem de uma ala muito crítica das reformas do antigo chanceler Gerhard Schröder) fica encarregada da introdução do salário mínimo de 8,5 euros por hora, uma das principais promessas de campanha do SPD e a maior vitória do partido nas conversações da grande coligação, já que contava com a oposição dos democratas-cristãos de Angela Merkel.

Quanto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que na Alemanha é tradicionalmente ocupado pelo líder do segundo partido da coligação, já se tinha especulado que não seria entregue ao presidente do SPD – Sigmar Gabriel não desejava esse cargo. Assim, regressa ao lugar Frank-Walter Steinmeier, que ganhara prestígio quando ocupou este lugar na anterior grande coligação, de 2005 a 2009. Steinmeier liderou a campanha eleitoral do SPD e obteve uma derrota histórica; retirou-se temporariamente da política para doar um rim à mulher. Após o seu regresso, tem sido um político popular. 

Os sociais-democratas têm um total de seis ministros num governo de 16, incluindo ainda as pastas do Ambiente, Justiça e Família.

Os democratas-cristãos contam com as pastas do Interior (agora a cargo de Thomas de Maizière, que ocupava a Defesa), Saúde (para o secretário-geral Hermann Gröhe) e Educação (mantém-se Johanna Wanka).

O anúncio das pastas foi feito a seguir à aprovação pelos membros do SPD, em referendo interno, do programa do governo de grande coligação, negociado durante quase dois meses depois das legislativas de 22 de Setembro.

Quase três meses após as eleições, o novo Governo deverá ser confirmado na terça-feira pelo Parlamento, em Berlim.