PS admite votar a favor se Governo aceitar propostas sobre IRC

António José Seguro mostra "grande disponibilidade" para chegar a um entendimento com o Governo.

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Seguro no Parlamento Daniel Rocha

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, António José Seguro reiterou que voltará "a fazer tudo até ao final para que as propostas sejam aceites". Há margem para conversações e o processo pode voltar à estaca zero, depois de a votação final sobre a reforma do IRC ter sido adiada esta sexta-feira por uma semana. O plenário deverá votar esta reforma fiscal no próximo dia 20.

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Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, António José Seguro reiterou que voltará "a fazer tudo até ao final para que as propostas sejam aceites". Há margem para conversações e o processo pode voltar à estaca zero, depois de a votação final sobre a reforma do IRC ter sido adiada esta sexta-feira por uma semana. O plenário deverá votar esta reforma fiscal no próximo dia 20.

Seguro admitiu ter falado com o primeiro-ministro ao telefone durante o debate quinzenal sobre o IRC, mas não revelou o teor da conversa.

"É positivo a maioria ter feito esta inversão e não ter provocado a votação", disse, explicando as propostas que estão em cima da mesa. "Admito votar a favor", respondeu quando questionado sobre o sentido de voto da bancada no caso de as propostas socialistas serem aceites.

A maioria chumbou na passada quarta-feira na comissão de Orçamento e Finanças (que aliás já terminou o trabalho de votação na especialidade) a proposta socialista que reduzia para 12% a taxa de IRC para os primeiros lucros, com o objectivo de beneficiar as pequenas e médias empresas. O Governo propôs então uma redução da taxa de IRC para um intervalo entre 17% e 19%.

O PS admite esses valores mas propôs o aumento do limite dos lucros para 20 mil euros ao mesmo tempo que avançou com a criação de uma sobretaxa de derrama estadual para empresas com lucros superiores a 15 milhões de euros, com vista a "não beneficiar as grandes empresas".

Segundo fonte socialista, o o Governo insistiu que o limite se fixasse em 50 milhões de euros anuais, o que o PS considera "inaceitável" por prejudicar alegadamente o combate à fraude e evasão fiscal.

A mesma fonte socialista assegura que essa proposta para uma taxa entre os 17 e os 19% verbalizada esta sexta-feira pelo primeiro-ministro no plenário nunca foi formalizada por escrito nas conversações dos últimos dias. Mas fonte da maioria garantiu ao PÚBLICO que a intenção está escrita e foi apresentada ao PS.

Uma terceira condição colocada pelo PS tem a ver com uma intenção para o futuro sobre a revisão do IRS e do IVA que os socialistas pretendiam obter um compromisso do Governo. O Executivo aceitou que esta norma ficasse estipulada. Por seu turno, os socialistas aceitam uma redução da taxa de IRC de 25% para 23% para 2014 como contrapartida à aceitação de propostas do PS por parte do Governo.