Ucrânia apresenta o seu preço para a UE: 20 mil milhões de euros

Porta-voz da Comissão recusa renegociar acordo e diz que a UE não vai entrar em "leilão".

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O primeiro-ministro Mikola Azarov cumprimenta os deputados numa sessão do Parlamento Gleb Garanich/Reuters

Numa reunião de Governo, enquanto milhares protestavam em Kiev depois da decisão do Executivo não assinar o acordo, Azarov pediu à UE que considerasse a posição da indústria ucraniana. Disse que os 28 deveriam juntar-se ao seu país em projectos mutuamente lucrativos na antiga república soviética de 46 milhões de pessoas, que ainda está dependente de produção de aço e produtos químicos da era soviética.

Em vez de assinar o acordo com a UE no mês passado, uma acção que significaria um afastamento simbólico de Moscovo, a Ucrânia decidiu construir laços económicos com a Rússia, levando a protestos de manifestantes que querem a saída do Presidente, Viktor Ianukovich.

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Numa reunião de Governo, enquanto milhares protestavam em Kiev depois da decisão do Executivo não assinar o acordo, Azarov pediu à UE que considerasse a posição da indústria ucraniana. Disse que os 28 deveriam juntar-se ao seu país em projectos mutuamente lucrativos na antiga república soviética de 46 milhões de pessoas, que ainda está dependente de produção de aço e produtos químicos da era soviética.

Em vez de assinar o acordo com a UE no mês passado, uma acção que significaria um afastamento simbólico de Moscovo, a Ucrânia decidiu construir laços económicos com a Rússia, levando a protestos de manifestantes que querem a saída do Presidente, Viktor Ianukovich.

“Sugerimos que a União Europeia invista em projectos mutuamente lucrativos como a modernização e desenvolvimento de corredores de transporte europeus, e a criação de um novo corredor para o Cáucaso", disse. “Agora os responsáveis europeus olham para os protestos em Maidan [Praça da Independência, na capital] e não estão a apressar-se a considerar estes projectos e questões sobre a dimensão da ajuda. E quem beneficiaria destes protestos: responsáveis europeus ou o povo ucraniano, que precisa urgentemente de ajuda económica e financeira?”

A crise política juntou-se às dificuldades de um país à beira da bancarrota. Mas a Ucrânia também não se juntou a uma união a que a Rússia a está a tentar formar. A Ucrânia deve agora cerca de 4 mil milhões de dólares (cerca de 2,9 mil milhões de euros) em gás e pagamentos de dívida nos primeiros três meses de 2014, e depois disso poderá ter dificuldade em pagar custos crescentes por causa de reservas que estão a diminuir.

Para o primeiro-ministro, 20 mil milhões iriam ajudar a economia europeia a adaptar-se a uma integração maior com a União Europeia e compensaria as potenciais perdas no mercado russo.

Ianukovich diz que a Ucrânia precisa de 20 mil milhões de dólares (cerca de 14,5 mil milhões de euros) por ano até 2017, e de uma soma total de 160 mil milhões de dólares (mais de 115 mil milhões de euros). A UE deixou de lado 610 milhões de euros do que chama assistência para a Ucrânia depois de esta ter deixado suspenso um acordo com o Fundo Monetário Internacional, que deixou de dar crédito ao país por este não conseguir pôr em prática reformas necessárias.

No mês passado, em comentários a uma televisão local, o Presidente classificou esta quantia como “humilhante” . “Não estamos a esperar nem a pedir que nos dêem uma prenda ou que nos compensem, nem estamos a falar da União Europeia nos dar o apoio técnico necessário para que a nossa indústria cresça e atinja padrões europeus”, disse. “Estamos a falar do envolvimento em projectos grandes, com proveito mútuo, que têm criado novos empregos nas nossas empresas nos últimos anos.”

A União Europeia tem uma visão diferente: "Estes acordos são bons para a prosperidade da Ucrânia. Não vamos brincar com os números. A prosperidade da Ucrânia não pode ser objecto de ofertas de leilão onde o melhor ganha o prémio", declarou um porta-voz da Comissão Europeia, Olivier Bailly, numa conferência de imprensa.

A UE sublinha que o acordo recusado por Kiev "continua em cima da mesa" e que está pronta a "pô-lo em prática", mas não a "reabrir as negociações".