Trabalhadores da Câmara de Viana com tolerância de ponto para irem à manifestação
Protesto marcado para sexta-feira visa contestar o encerramento dos estaleiros navais de Viana do Castelo.
Segundo o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, a proposta de tolerância de ponto será levada à reunião do executivo municipal de quinta-feira pela maioria socialista. "Sabemos que há um grande sentimento de apoio de toda a cidade à luta dos trabalhadores dos estaleiros e à manutenção da nossa empresa. Muitos trabalhadores da câmara pediram-me, dizendo que gostariam de participar nessa manifestação", explicou o autarca à Lusa.
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Segundo o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, a proposta de tolerância de ponto será levada à reunião do executivo municipal de quinta-feira pela maioria socialista. "Sabemos que há um grande sentimento de apoio de toda a cidade à luta dos trabalhadores dos estaleiros e à manutenção da nossa empresa. Muitos trabalhadores da câmara pediram-me, dizendo que gostariam de participar nessa manifestação", explicou o autarca à Lusa.
Esta tolerância de ponto, a partir das 14h30, aplicar-se-á às várias centenas de trabalhadores da câmara e dos Serviços Municipalizados e de Saneamento Básico de Viana do Castelo. "Esperamos que seja uma grande jornada de luta a favor da manutenção da construção naval e dos estaleiros", apontou o autarca.
Promovida pelos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), esta manifestação está agendada para as ruas daquela cidade a partir das 16h da próxima sexta-feira, como mais uma forma de contestar o encerramento da empresa.
A comissão de trabalhadores está a apelar à participação de actuais e antigos funcionários, e também dos familiares, população, comerciantes e empresários.
Esta será já a sétima manifestação promovida pelos trabalhadores dos estaleiros desde Junho de 2011 em defesa da viabilidade da empresa, algumas das quais chegaram a envolver mais de um milhar de pessoas pelas ruas da cidade de Viana do Castelo.
Mais de 2500 pessoas participaram no sábado na iniciativa "A construção naval não pode morrer", dinamizada pela câmara local e que contou com a presença do ex-Presidente da República Mário Soares, que se mostrou solidário com os trabalhadores, apelando igualmente à suspensão do encerramento dos ENVC e do processo de subconcessão.
Mais de 30 milhões para rescisões amigáveis
O grupo Martifer anunciou que vai assumir em Janeiro a subconcessão dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, até 2031, conforme concurso público internacional que venceu.
A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos actuais 609 trabalhadores, que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis que vai custar 30,1 milhões de euros.
Esta foi a solução definida pelo Governo português para evitar a devolução de 181 milhões de euros de ajudas públicas não declaradas à Comissão Europeia, atribuídas desde 2006, no âmbito de uma investigação lançada por Bruxelas.
Ao longo de 69 anos de actividade, os ENVC já construíram mais de 220 navios, mas apresentam hoje um passivo superior a 300 milhões de euros.