No Algarve, 42% dos jovens estão a afastar-se da Dieta Mediterrânica
Estudo mostra que a maioria ainda mantém um tipo de alimentação com base nos produtos que caracterizam esta dieta
As conclusões são de um inquérito feito entre Janeiro e Maio de 2012 para o trabalho de doutoramento de Maria Palma Mateus, professora na Universidade do Algarve que se doutorou em Ciências do Consumo e Nutrição na Universidade do Porto. A investigadora ainda está a analisar os dados, pelo que as conclusões de que nos fala são apenas as iniciais, mas já permitem traçar um quadro do que se passa no Algarve – região que, através de Tavira, esteve à frente da candidatura portuguesa à inscrição da Dieta Mediterrânica como Património da Humanidade.
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As conclusões são de um inquérito feito entre Janeiro e Maio de 2012 para o trabalho de doutoramento de Maria Palma Mateus, professora na Universidade do Algarve que se doutorou em Ciências do Consumo e Nutrição na Universidade do Porto. A investigadora ainda está a analisar os dados, pelo que as conclusões de que nos fala são apenas as iniciais, mas já permitem traçar um quadro do que se passa no Algarve – região que, através de Tavira, esteve à frente da candidatura portuguesa à inscrição da Dieta Mediterrânica como Património da Humanidade.
O índice utilizado foi o KIDMED, criado por investigadores espanhóis e que através de uma série de perguntas – por exemplo, quantas peças de fruta come por dia?, utiliza azeite em casa? come peixe quantas vezes por semana? – avalia os hábitos alimentares e que permitirá depois cruzar as conclusões deste estudo com as de outros, tanto nacionais como dos outros países da Dieta Mediterrânica.
“Concluí que a maioria destes jovens [foram entrevistados 276 estudantes que constituíam uma amostra representativa da população do Algarve] utiliza azeite em casa, come pelo menos uma peça de fruta por dia, come peixe duas a três vezes por semana, consome massa ou arroz quase todos os dias, assim como cereais ou produtos derivados dos cereais, sobretudo pão branco”, explica Maria Palma Mateus.
O estudo permite também verificar que “a adesão ao padrão alimentar mediterrânico é mais evidente nos meios urbanos do que nos rurais”, o que, segundo a investigadora, explica-se pelo “mais elevado nível de escolaridade dos pais dos jovens em meio urbano”.
Embora Maria Palma Mateus tenha cruzado também as respostas que recolheu com o peso dos jovens – encontrou nesta faixa etária 24,3% de jovens com excesso de peso e 5,1% de obesos, o que perfaz 29,4% com peso acima do aconselhável, “uma prevalência relativamente elevada” – sublinha que não pode, com base nestes dados, ser estabelecida uma relação entre o excesso de peso e a maior ou menor adesão aos padrões da dieta mediterrânica.