Belo Rodeia deixa Ordem dos Arquitectos com "legado importante" em tempos difíceis

Eleições para nova direção da Ordem realizam-se dia 19 depois de seis anos com João Belo Rodeia à frente da organização que representa mais de 20 mil profissionais.

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João Belo Rodeia Gonçalo Páscoa

"Eu e a minha equipa tentámos fazer o melhor que sabíamos e que podíamos dadas as circunstâncias, que também não foram fáceis, do país, em particular, neste segundo mandato", avaliou João Belo Rodeia, em declarações à agência Lusa.O actual presidente do Conselho Directivo Nacional da OA, que lidera a entidade que representa 20.634 profissionais há dois mandatos consecutivos, está impedido pelos estatutos de se recandidatar a um terceiro mandato na sequência das suas eleições prévias. "No final deste mandato, a Ordem dos Arquitectos será a mesma, mas, ao mesmo tempo, muito diferente."
"Nós sempre valorizámos a herança que recebemos, mas também estou em crer que vamos legar uma herança bastante importante para quem vier depois de nós, quer do ponto de vista interno, de reestruturação da Ordem, quer em relação a algumas situações muito significativas que foram alcançadas", observou.
Entre essas conquistas está a assinatura, este ano, de um acordo com o Conselho de Arquitectura e Urbanismo (CAU) do Brasil, entidade que regula a profissão naquele país, que estabelece a reciprocidade do registo de arquitectos portugueses e brasileiros.
Nos últimos anos, o sector da arquitectura tem sofrido o impacto da crise económica na construção em Portugal,
forçando muitos arquitectos a emigrar ou a procurar outras saídas profissionais. O Brasil é um dos países para onde os arquitectos portugueses mais se têm deslocado para trabalhar, a par de Espanha, Reino Unido e Angola.Além destes acordos, a actual direcção sublinhou ter conseguido no primeiro mandato "uma nova lei 31/2009 que acabou com o famigerado decreto 73/73, que permitia aos não arquitectos assinarem projetos". "Também conseguimos que o Governo avançasse com uma Política Pública de Arquitectura [Política Nacional de Arquitectura e Paisagem]. Espero que seja uma herança a continuar, porque será muito importante, não só para os arquitectos, mas para os cidadãos de todo o país", sublinhou Belo Rodeia à Lusa.
A actual direção aguarda ainda que o Governo nomeie uma comissão para um novo Código de Edificação em Portugal. "Dada a legislação, muito pulverizada e remissiva, que dificulta a vida dos técnicos, incluindo os arquitectos e dos cidadãos em geral, seria importante fazer um código que possa sintetizar a legislação e compatibilizá-la".
As eleições para os órgãos sociais que vão dirigir a organização entre 2014 e 2016 realizam-se no dia 19 de Dezembro, entre as 17h e as 22h, na sede da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa, e da Secção Regional do Norte no Porto.
 
 
 

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"Eu e a minha equipa tentámos fazer o melhor que sabíamos e que podíamos dadas as circunstâncias, que também não foram fáceis, do país, em particular, neste segundo mandato", avaliou João Belo Rodeia, em declarações à agência Lusa.O actual presidente do Conselho Directivo Nacional da OA, que lidera a entidade que representa 20.634 profissionais há dois mandatos consecutivos, está impedido pelos estatutos de se recandidatar a um terceiro mandato na sequência das suas eleições prévias. "No final deste mandato, a Ordem dos Arquitectos será a mesma, mas, ao mesmo tempo, muito diferente."
"Nós sempre valorizámos a herança que recebemos, mas também estou em crer que vamos legar uma herança bastante importante para quem vier depois de nós, quer do ponto de vista interno, de reestruturação da Ordem, quer em relação a algumas situações muito significativas que foram alcançadas", observou.
Entre essas conquistas está a assinatura, este ano, de um acordo com o Conselho de Arquitectura e Urbanismo (CAU) do Brasil, entidade que regula a profissão naquele país, que estabelece a reciprocidade do registo de arquitectos portugueses e brasileiros.
Nos últimos anos, o sector da arquitectura tem sofrido o impacto da crise económica na construção em Portugal,
forçando muitos arquitectos a emigrar ou a procurar outras saídas profissionais. O Brasil é um dos países para onde os arquitectos portugueses mais se têm deslocado para trabalhar, a par de Espanha, Reino Unido e Angola.Além destes acordos, a actual direcção sublinhou ter conseguido no primeiro mandato "uma nova lei 31/2009 que acabou com o famigerado decreto 73/73, que permitia aos não arquitectos assinarem projetos". "Também conseguimos que o Governo avançasse com uma Política Pública de Arquitectura [Política Nacional de Arquitectura e Paisagem]. Espero que seja uma herança a continuar, porque será muito importante, não só para os arquitectos, mas para os cidadãos de todo o país", sublinhou Belo Rodeia à Lusa.
A actual direção aguarda ainda que o Governo nomeie uma comissão para um novo Código de Edificação em Portugal. "Dada a legislação, muito pulverizada e remissiva, que dificulta a vida dos técnicos, incluindo os arquitectos e dos cidadãos em geral, seria importante fazer um código que possa sintetizar a legislação e compatibilizá-la".
As eleições para os órgãos sociais que vão dirigir a organização entre 2014 e 2016 realizam-se no dia 19 de Dezembro, entre as 17h e as 22h, na sede da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa, e da Secção Regional do Norte no Porto.