PCP e BE lembram que Governo de Cavaco votou contra libertação de Mandela na ONU em 1987
Governo português foi um dos três que se opôs à libertação incondicional de Madiba, a par dos EUA e do Reino Unido.
A Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto subscrito por todos os grupos parlamentares e pela presidente, Assunção Esteves, ao qual o Governo se associou, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em que expressa "profundo pesar" ao povo e autoridades sul-africanas pela "perda de um estadista universal" e envia condolências à família, em particular, à viúva, Graça Machel.
No período reservado às intervenções dos partidos, o deputado comunista António Filipe defendeu que "a reconciliação pela qual Mandela tanto lutou não pode ser ocultação da história, porque a história tem que ser conhecida precisamente para que não se repita".
"Em 1987 quando a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo a libertação incondicional de Nelson Mandela, essa resolução teve 3 votos contra, apenas três votos contra, esses votos contra foram dos Estados Unidos, de Ronald Reagan, do Reino Unido, de Margaret Thatcher, e de Portugal, de Cavaco Silva", afirmou.
No mesmo sentido, a deputada do BE Helena Pinto afirmou que "em 1987 Portugal esteve do lado errado, votou contra a libertação incondicional de Nelson Mandela".
A deputada bloquista sublinhou, tal como António Filipe havia feito, que o antigo presidente da África do Sul e líder histórico do ANC foi condenado a prisão perpétua, tendo estado preso 27 anos, "considerado terrorista, porque, pela liberdade e pela dignidade do seu povo, nunca hesitou, nem mesmo quando foi preciso pegar em armas".
Os deputados do PCP e do BE foram aplaudidos por uma parte substancial dos deputados da bancada do PS.
O deputado do PSD António Rodrigues recordou como Nelson Mandela, num espírito de "candura, de uma forma quase discreta" actuou após o fim do apartheid, considerando que "encarna em si o exemplo de um verdadeiro cidadão do mundo".
"Fez país, fez um Estado e fez Humanidade", declarou.
O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, afirmou que Mandela deu "um rosto" à "liberdade, ao combate ao racismo e combate ao apartheid, pela democracia e a tolerância" e recordou, como, relativamente à questão de Timor, Nelson Mandela "mais uma vez esteve do lado certo da história".
"Foi um herói cívico universal, que em si sintetiza o melhor da dignidade humana e da liberdade", disse.
O vice-presidente da bancada do CDS-PP João Almeida sublinhou que "nenhuma homenagem estará à altura do exemplo que foi de liberdade, de esperança e convicção, consequente, libertador e inspirador".
"A sua libertação foi libertando povos, a sua serenidade foi libertando extremismos", afirmou, defendendo que Mandela foi "invicto" e "muito superior" aqueles que o prenderam e que, por isso, "o homem que agora parte, jamais morrerá".
A deputada do partido Os Verdes Heloísa Apolónia considerou que a "grandeza" de Mandela "alarga necessariamente os votos de condolências ao mundo inteiro" e foi aplaudida por todas as bancadas".
"É talvez a definição em pessoa de um ser humano virtuoso, detentor de valores humanistas muito claros. Mandela e o ANC foram peças chave para matar o regime do apartheid, não da história, mas da vida das pessoas", afirmou, lembrando o seu espírito de combate mas também o seu "espírito agregador".
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de hoje e até ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro.
O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime apartheid da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".
Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.
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A Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto subscrito por todos os grupos parlamentares e pela presidente, Assunção Esteves, ao qual o Governo se associou, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em que expressa "profundo pesar" ao povo e autoridades sul-africanas pela "perda de um estadista universal" e envia condolências à família, em particular, à viúva, Graça Machel.
No período reservado às intervenções dos partidos, o deputado comunista António Filipe defendeu que "a reconciliação pela qual Mandela tanto lutou não pode ser ocultação da história, porque a história tem que ser conhecida precisamente para que não se repita".
"Em 1987 quando a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo a libertação incondicional de Nelson Mandela, essa resolução teve 3 votos contra, apenas três votos contra, esses votos contra foram dos Estados Unidos, de Ronald Reagan, do Reino Unido, de Margaret Thatcher, e de Portugal, de Cavaco Silva", afirmou.
No mesmo sentido, a deputada do BE Helena Pinto afirmou que "em 1987 Portugal esteve do lado errado, votou contra a libertação incondicional de Nelson Mandela".
A deputada bloquista sublinhou, tal como António Filipe havia feito, que o antigo presidente da África do Sul e líder histórico do ANC foi condenado a prisão perpétua, tendo estado preso 27 anos, "considerado terrorista, porque, pela liberdade e pela dignidade do seu povo, nunca hesitou, nem mesmo quando foi preciso pegar em armas".
Os deputados do PCP e do BE foram aplaudidos por uma parte substancial dos deputados da bancada do PS.
O deputado do PSD António Rodrigues recordou como Nelson Mandela, num espírito de "candura, de uma forma quase discreta" actuou após o fim do apartheid, considerando que "encarna em si o exemplo de um verdadeiro cidadão do mundo".
"Fez país, fez um Estado e fez Humanidade", declarou.
O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, afirmou que Mandela deu "um rosto" à "liberdade, ao combate ao racismo e combate ao apartheid, pela democracia e a tolerância" e recordou, como, relativamente à questão de Timor, Nelson Mandela "mais uma vez esteve do lado certo da história".
"Foi um herói cívico universal, que em si sintetiza o melhor da dignidade humana e da liberdade", disse.
O vice-presidente da bancada do CDS-PP João Almeida sublinhou que "nenhuma homenagem estará à altura do exemplo que foi de liberdade, de esperança e convicção, consequente, libertador e inspirador".
"A sua libertação foi libertando povos, a sua serenidade foi libertando extremismos", afirmou, defendendo que Mandela foi "invicto" e "muito superior" aqueles que o prenderam e que, por isso, "o homem que agora parte, jamais morrerá".
A deputada do partido Os Verdes Heloísa Apolónia considerou que a "grandeza" de Mandela "alarga necessariamente os votos de condolências ao mundo inteiro" e foi aplaudida por todas as bancadas".
"É talvez a definição em pessoa de um ser humano virtuoso, detentor de valores humanistas muito claros. Mandela e o ANC foram peças chave para matar o regime do apartheid, não da história, mas da vida das pessoas", afirmou, lembrando o seu espírito de combate mas também o seu "espírito agregador".
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de hoje e até ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro.
O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime apartheid da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".
Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.