PS4: partilhar, partilhar, partilhar

A jóia da coroa das capacidades do novo sistema da PlayStation é, sem sombra de dúvidas, o botão “share"

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Há pouco mais de um ano, assumi que seria melhor resolver uma daquelas coisas que me ficaram atravessadas na adolescência: ter uma Nintendo 64. Foi relativamente fácil encontrá-la e procurar alguns jogos tem sido um "hobby" saudável e controlado. Mais do que ficar entusiasmado por ter uma consola que era impossível de sustentar quando estudava, o que me deixou embasbacado foram os “loading times”. Praticamente inexistentes.

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Há pouco mais de um ano, assumi que seria melhor resolver uma daquelas coisas que me ficaram atravessadas na adolescência: ter uma Nintendo 64. Foi relativamente fácil encontrá-la e procurar alguns jogos tem sido um "hobby" saudável e controlado. Mais do que ficar entusiasmado por ter uma consola que era impossível de sustentar quando estudava, o que me deixou embasbacado foram os “loading times”. Praticamente inexistentes.

Muitos anos a enfiar CD e as respectivas evoluções nas consolas fizeram-me esquecer de que houve uma altura em que se colocava o cartucho na consola, ligava-se e passados uns dez segundos se começava a jogar. Esta ideia de ligar-jogar está no ADN da Nintendo. Embora tenha perdido um pouco dessa atitude nas suas últimas consolas de sala, as consolas portáteis da Nintendo continuam com invejáveis tempos de acesso ao jogo.

Ao longo dos anos em que estive afastado dos cartuchos das consolas percebi que a questão de “loading” era uma tendência que só poderia piorar. Há jogos da última geração (PlayStation 3 e Xbox 360) que oferecem tempos de espera desumanos, naquele espírito de que às vezes dá para ir assumir um compromisso sério, voltar, e o jogo ainda não arrancou. Ou, pior, jogos em que se morre e para regressar à acção é preciso esperar dezenas de segundos. Dezenas de segundos é uma eternidade quando se está naquela zona em que só acontece o jogo à nossa frente.

Isto tudo porque tive uma agradável surpresa com a PlayStation 4. É verdade que tudo aquilo que foi escrito e dito antes da consola sair sugeria que esse tipo de acessibilidade iria ser mais rápido, mas quantas vezes já não ouvimos essa história antes? Fiquei impressionado com a rapidez da PS4, não só a circular nos menus como a instalar jogos, a aceder e até a sair deles.

Isto deveria ser a regra, o normal, e não o desejado. É uma surpresa porque contraria a tendência das últimas duas décadas, em que estes momentos se tornaram mais e mais insuportáveis. E com o tempo ficamos velhos, com menos paciência e o conceito de “espera” é algo que reflecte muito do nosso dia-a-dia e que não queremos ver a acontecer na nossa sala.

E esta rapidez torna o que vem a seguir numa aplicação perfeita. A jóia da coroa das capacidades do novo sistema é, sem sombra de dúvidas, o botão “share”. Com ele pode-se colocar em "stream" o jogo que estamos a fazer em canais pessoais do Ustream ou do Twitch, fazer um "upload" de um vídeo dos últimos 15 minutos que jogámos, tirar fotografias e, claro, também podemos ver outros jogadores em acção (isso exige irmos a outro menu, mas é o botão que permite que outros jogadores transmitam os seus jogos).

Até aqui, fazer isto com uma consola era dispendioso e trabalhoso. Agora é fácil e rápido, é um sistema que está integrado na consola e que percebe perfeitamente aquilo que os jogadores queriam. É difícil não ficar viciado nesta funcionalidade, não querer partilhar e, acima de tudo, não aproveitar as facilidades que a PlayStation 4 nos dá para o fazer. Mais do que os gráficos, é aquele botão de “share” que me faz sentir que avancei para uma nova geração.