Comunidade escolar reuniu dinheiro para libertar mãe presa por não pagar custas judiciais
Professores, pais e alunos de Alpiarça arrranjaram dinheiro para libertar a mãe de duas crianças que não conseguira pagar as custas de um processo.
A directora do agrupamento, Isabel Coelho, disse à agência Lusa que, alertada na terça-feira para a situação dos dois irmãos, gémeos com 17 anos, e da mãe, pessoa “muito querida na comunidade”, a direcção da escola agiu de imediato, conseguindo reunir o dinheiro suficiente para, em menos de 24 horas, conseguir o seu regresso a casa.
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A directora do agrupamento, Isabel Coelho, disse à agência Lusa que, alertada na terça-feira para a situação dos dois irmãos, gémeos com 17 anos, e da mãe, pessoa “muito querida na comunidade”, a direcção da escola agiu de imediato, conseguindo reunir o dinheiro suficiente para, em menos de 24 horas, conseguir o seu regresso a casa.
“Na quarta-feira de manhã, estávamos às 11h no tribunal para fazer o pagamento de 837 euros e logo nesse dia foi libertada”, disse Isabel Coelho, frisando o “grande sofrimento” que a situação causou à família. “Sei que ela passou lá muito mal. Não comeu, desmaiou, esteve internada. Não iria sobreviver”, pois é uma pessoa “muito magra, muito frágil, doente”, frisou.
No passado dia 28 de Novembro, a mulher foi levada de casa para um estabelecimento prisional para cumprir uma pena subsidiária de 100 dias de prisão, por não ter pago cerca de 900 euros em custas judiciais de um processo em que foi condenada.
Dando cumprimento a uma decisão do Tribunal Judicial de Almeirim, a GNR foi buscar a mulher à sua residência, em Alpiarça, mas o resto da família não foi informada da situação e os dois jovens terão tido vergonha de contar que a progenitora tinha sido presa, tendo, até à descoberta do caso pela escola, passado fome, segundo noticiou a Rede Regional, um órgão de comunicação online.
Isabel Coelho confirmou que foi depois de um telefonema para a escola na terça-feira que a direcção chamou os jovens, tendo verificado que um deles estava a faltar por se encontrar doente. “Fomos de imediato à residência da família e diligenciámos junto da Fundação José Relvas para que lhes fosse fornecido o jantar e junto do centro de saúde para cuidar do jovem que estava doente”, disse.
A escola lançou nesse dia uma campanha junto da comunidade educativa - alunos, professores, funcionários e pais -, que permitiu reunir o dinheiro necessário à libertação da mulher.
Isabel Coelho disse à Lusa que a comunidade local acabou também por contribuir, tendo sido já angariados perto de 2.000 euros, que vão permitir adquirir alguns bens, como eletrodomésticos e roupa de cama, para ajudar a família, que está a passar por “dificuldades”.