E tudo começou com uma barraca em 1904

Percurso pela história de um dos primeiros cinemas de Lisboa

Foto
Arquivo Fotográfico de Lisboa / código PT/AMLSB/AF/VAQ/S00040

Conta Margarida Acciouli que Ideal era o nome de uma barraca que circulava pelas feiras de Lisboa em 1908 e que servia quase como uma extensão do cinema. “É preciso lembrarmo-nos que estamos a falar mesmo do princípio do cinema, a barraca de Júlio Costa, um dos primeiros empresários do cinema em Portugal, era uma filial do cinema, acabando-lhe então por lhe dar o nome”, diz a investigadora. Marina Tavares Dias escreve no volume 7 de Lisboa Desaparecida que o Ideal teve até som antes do cinema começar a ser falado. E isto porque, explica Acciouli, Júlio Costa era “um empresário com muita imaginação”, que para agradar ao público contratou um grupo de pessoas para se porem atrás do ecrã a interpretar os diálogos dos filmes. “É, por assim dizer, a primeira tentativa de tornar o cinema mudo audível.”

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Conta Margarida Acciouli que Ideal era o nome de uma barraca que circulava pelas feiras de Lisboa em 1908 e que servia quase como uma extensão do cinema. “É preciso lembrarmo-nos que estamos a falar mesmo do princípio do cinema, a barraca de Júlio Costa, um dos primeiros empresários do cinema em Portugal, era uma filial do cinema, acabando-lhe então por lhe dar o nome”, diz a investigadora. Marina Tavares Dias escreve no volume 7 de Lisboa Desaparecida que o Ideal teve até som antes do cinema começar a ser falado. E isto porque, explica Acciouli, Júlio Costa era “um empresário com muita imaginação”, que para agradar ao público contratou um grupo de pessoas para se porem atrás do ecrã a interpretar os diálogos dos filmes. “É, por assim dizer, a primeira tentativa de tornar o cinema mudo audível.”

Manteve-se com este nome até à década de 1970 e assim foi enfrentando o passar do tempo. No entanto as salas começaram a multiplicar-se por Lisboa e a quebra na procura começou a sentir-se. Mudou de gerência, por consequência de nome e passou a chamar-se Cine Camões - Pedro Borges ainda se lembra de ver ali alguns filmes independentes mas a ideia não vincou. Abriu então na década de 1990 o Cine Paraíso. Começou com exibição regular dos filmes comerciais mas desviou-se para a pornografia. Um caminho que não agradou à Casa da Imprensa, proprietária do espaço, que desde então procurava outras soluções. Fechou portas e surgiu então o interesse de Pedro Borges, que desde 2009 tinha o desejo de recuperar o espaço e a sua identidade original.