Tio de Kim Jong-un e número dois do regime foi destituído de todos os cargos
Decisão só pode ter sido tomada pelo Presidente da Coreia do Norte.
A notícia do despedimento de Jang, na prática o número dois do regime, está a ser avançada pelas agências internacionais com base em declarações de um deputado da vizinha Coreia do Sul, Jung Cheong-rae, que teve acesso a informação recolhida pelos serviços secretos nacionais.
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A notícia do despedimento de Jang, na prática o número dois do regime, está a ser avançada pelas agências internacionais com base em declarações de um deputado da vizinha Coreia do Sul, Jung Cheong-rae, que teve acesso a informação recolhida pelos serviços secretos nacionais.
“Acreditamos que Jang Song Thaek foi destituído de todos os seus cargos”, disse o deputado, que não soube precisar o motivo para o afastamento do tio (por afinidade) do Presidente norte-coreano. Jang era o vice-presidente da poderosa comissão da defesa nacional, o principal organismo do aparelho militar de Pyongyang, e um dos dirigentes do partido único da Coreia do Norte.
Segundo os serviços secretos sul-coreanos, dois dos seus colaboradores mais próximos no partido terão sido publicamente executados por crimes de corrupção em meados de Novembro, e desde essa altura Jang Son Thaek não voltou a ser visto. Suspeitas de envolvimento nesses crimes poderão ser a razão do seu afastamento, acrescentou Jung.
A agência de notícias KCNA, da Coreia do Norte, não fez qualquer referência ao despedimento de Jang Song Thaek (ou à execução dos seus funcionários). Os analistas internacionais salientam que, a confirmar-se a informação, a decisão só poderia ter sido tomada pelo Presidente Kim Jong-un — a medida é invulgar mas já não seria inédita, tendo em conta que o novo líder já substituiu vários dirigentes civis e militares ligados ao regime do pai.
Jang Song Thaek, casado com uma irmã do antigo líder Kim Jong-il, ocupou ao longo de décadas cargos de topo no Governo da Coreia do Norte, e muitos observadores descrevem-no mesmo como o homem mais poderoso por detrás do trono. A Reuters nota que teve um papel determinante na escolha de Kim Jong-un para suceder ao pai, Kim Jong-il, após a sua morte em 2011, e analistas citados pela Voice of America dizem que foi uma espécie de regente durante a transição do poder para o jovem e inexperiente Kim.
O tio do Presidente é visto como um defensor de reformas económicas. Em 2004, as suas posições levaram ao seu afastamento provisório do Governo, num episódio descrito pelas agências como uma “luta pelo poder” e um “choque de personalidades”. No entanto, depois de dois anos de “castigo”, Kim Jong-il voltou a chamá-lo para o topo da hierarquia do regime.