Passos: “O que se passou não é um bom indicador da própria autoridade das forças de segurança”
Primeiro-ministro defende que Governo e polícias devem “tirar consequências do que se passou” e não fechou as portas à abertura de um inquérito.
Os participantes na manifestação das forças de segurança na quinta-feira ao início da noite conseguiram romper as barreiras e o cordão de polícias e subiram a escadaria da Assembleia da República até às portas. O director nacional da PSP pediu demissão entretanto, e foi aceite pelo ministro da Administração Interna.
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Os participantes na manifestação das forças de segurança na quinta-feira ao início da noite conseguiram romper as barreiras e o cordão de polícias e subiram a escadaria da Assembleia da República até às portas. O director nacional da PSP pediu demissão entretanto, e foi aceite pelo ministro da Administração Interna.
“O que aconteceu ontem não deveria ter acontecido”, afirmou o primeiro-ministro esta sexta-feira à tarde, em declarações aos jornalistas no Algarve, no final de uma conferência. O protesto “não deveria ter ficado ensombrado pelo facto de manifestantes que pertencem a forças de segurança terem quebrado as regras que, enquanto estão em funções, devem fazer respeitar – como sempre têm feito respeitar até hoje”, vincou.
Mais: “O que se passou ontem não é um bom indicador da própria autoridade das forças de segurança”, alertou o primeiro-ministro.
Por isso, além da demissão do director nacional, o caso desta manifestação deve servir para que o Governo e as próprias polícias tirem “consequências do que se passou, de modo a que não haja um enfraquecimento das próprias forças de segurança no cumprimento do seu dever”. Questionado sobre se o Ministério da Administração Interna vai abrir algum processo de averiguação ao caso, o chefe do executivo disse que o ministro se irá pronunciar “oportunamente” sobre isso.
Passos Coelho considera que o “maior prejuízo do que aconteceu ontem pode ser mesmo para o prestígio das próprias forças de segurança e naturalmente para a tranquilidade de todos os portugueses”. Rejeita que seja preciso tornar mais rígidas as regras das manifestações ou dos direitos das polícias. “Não é necessário rever as regras; o que é preciso é cumpri-las.”
O primeiro-ministro disse manter a “confiança no trabalho que as forças de segurança têm feito nestes tempos difíceis” e justificou que, sempre que tiveram de “intervir de forma mais determinada”, fizeram-no, defendendo as regras.
“Não gostaríamos que as forças ficassem agora enfraquecidas na defesa dessas regras. Nem o país de pode permitir uma degradação da sua autoridade", avisou Pedro Passos Coelho.