James McBride vence National Book Award com história de um pioneiro do abolicionismo
Thomas Pynchon foi um dos autores que perdeu para o vencedor-surpresa, numa noite em que os livreiros americanos homenagearam ainda dois autores veteranos: Maya Angelou e E. L. Doctorow.
A cerimónia de entrega deste prémio promovido pelos livreiros americanos decorreu esta quarta-feira em Nova Iorque, e quando McBride foi chamado ao palco, explicou que escrevera o livro no meio de uma série de tragédias pessoais, das mortes da sua mãe e de uma sobrinha ao fim do seu casamento.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A cerimónia de entrega deste prémio promovido pelos livreiros americanos decorreu esta quarta-feira em Nova Iorque, e quando McBride foi chamado ao palco, explicou que escrevera o livro no meio de uma série de tragédias pessoais, das mortes da sua mãe e de uma sobrinha ao fim do seu casamento.
O autor acrescentou que escrever o romance o ajudara, porque “era bom ter ali alguém em cujo mundo pudesse mergulhar”. Narrado por um escravo em fuga, The Good Lord Bird conta a história de John Brown, um americano branco que se tornou um pioneiro da luta contra a escravatura na primeira metade do século XIX.
Filho de um reverendo negro e de uma judia convertida ao cristianismo, McBride, que é também saxofonista e compositor, tornou-se conhecido como escritor em 1996, quando publicou The Color of Water, um relato da sua infância e adolescência.
Entre os quatro finalistas que perderam para McBride contava-se Thomas Pynchon, com Bleeding Edge. Célebre pela sua relutância em aparecer publicamente, Pynchon não compareceu à sessão, que, como habitualmente, decorreu num restaurante nova-iorquino escolhido pelo júri.
Os outros candidatos – Rachel Kushner, Jhumpa Lahiri e George Saunders –, não sendo tão famosos como Pynchon, tinham todos visto os seus livros receber boas críticas de imprensa.
Na categoria de não-ficção, o National Book Award foi para The Unwinding: An Inner History of the New Americ, de George Packer, uma obra que, segundo o júri, relata “o declínio económico que atravessa grandes cidades e pequenas povoações, lançando um olhar incisivo aos bancos e a Wall Street”.
Nas restantes categorias – poesia e literatura para crianças – os vencedores foram, respectivamente, Incarnadine, de Mary Szybist, e The Thing About Luck, de Cynthia Kadohata.
Os vencedores receberam todos 10 mil dólares (cerca de 7400 euros) e uma estatueta de bronze.
A noite terminou com a entrega de dois prémios de carreira. O Literarian Award for Outstanding Service to the American Literary Community foi atribuído à escritora Maya Angelou, apresentada pela romancista Toni Morrison, e a Medal for Distinguished Contribution to American Letters coube ao ficcionista E. L. Doctorow.