Uma batalha de culpas na cimeira do clima
Não há acordo na cimeira de Varsóvia e os países enredam-se na discussão das emissões históricas.
Marcado pelo efeitos do tufão Haiyan nas Filipinas, o diálogo entre os países mais desenvolvidos e os que que aspiram a desenvolver a sua economia nos próximos anos chegou a um ponto de bloqueio na conferência das Nações Unidas sobre o clima que está a decorrer em Varsóvia (Polónia).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Marcado pelo efeitos do tufão Haiyan nas Filipinas, o diálogo entre os países mais desenvolvidos e os que que aspiram a desenvolver a sua economia nos próximos anos chegou a um ponto de bloqueio na conferência das Nações Unidas sobre o clima que está a decorrer em Varsóvia (Polónia).
A questão está em atribuir culpas. O Brasil pediu ao painel de peritos da ONU para analisar quanto é que cada nação do mundo emitiu em gases com efeito de estufa desde o início da Revolução Industrial e obteve o apoio de mais de uma centena de países menos desenvolvidos
Mas a China é actualmente o principal emissor de gases com efeito de estufa, à frente dos Estados e da União Europeia, e o seu rápido crescimento económico faz com em breve se venha a comparar com o acumulado histórico das emissões dos países mais ricos do Ocidente. Em 2020, os países em desenvolvimento devem ter 51% das emissões de dióxido de carbono, segundo um estudo do Centro de Investigação Conjunto da Comissão Europeia.
Mas enquanto isso não acontece, se forem feitas as contas aos valores históricos das emissões, isso pode servir de base legal para pedir indemnizações em caso de danos causados por fenómenos meteorológicos extremos, como o tufão Haiyan – que saiu fora do trajecto habitual dos tufões nas Filipinas.
“A discussão devia ser acerca de um leque muito mais amplo de indicadores, e não apenas emissões históricas”, afirmou o líder da delegação europeia à conferência de Varsóvia, Juergen Lefevere, citado pela Reuters. Além disso, a UE defende que realizar um tal estudo levaria demasiado tempo. “Arriscamo-nos a perdermo-nos em questões políticas e a perder a prazo limite de 2015” para encontrar um sucessor para o protocolo de Quioto, que limita as emissões dos gases com efeito de estufa.