Tribunal anula último negócio polémico de Mesquita Machado
Expropriação de antigos terrenos de uma filha do antigo presidente da câmara custaria três milhões de euros à autarquia.
O negócio tinha sido polémico por envolver edifícios que tinham pertencido à filha e ao genro do autarca até dias antes da discussão da expropriação em reunião de câmara. A decisão foi revogada na primeira reunião do novo executivo PSD/CDS, facto em que se apoio a sentença conhecida nesta quinta-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O negócio tinha sido polémico por envolver edifícios que tinham pertencido à filha e ao genro do autarca até dias antes da discussão da expropriação em reunião de câmara. A decisão foi revogada na primeira reunião do novo executivo PSD/CDS, facto em que se apoio a sentença conhecida nesta quinta-feira.
O tribunal declara “nulos e de nenhum efeito” os actos praticados no âmbito desta expropriação, tendo por base a revogação da decisão que foi assumida no final de Outubro pelo novo executivo de Braga. Esta foi a primeira medida aprovada pela câmara liderada por Ricardo Rio, que evocou a participação do seu antecessor numa decisão que envolvida familiares directos e a ausência de garantia da execução do projecto da Pousada de Juventude a que se destinavam estes prédios para sustentar a anulação do negócio.
O presidente de câmara sublinha que esta “é uma vitória da cidade”. “Era uma decisão errada, que afectava um volume de recursos elevado a algo que não era prioritário”, afirma. A verba que agora será restituída ao município – cerca de três milhões de euros – vai ser canalizada para outros projectos, mas a autarquia não abdica da recuperação da Casa das Convertidas nem da criação de uma Pousada de Juventude, sendo a Escola Secundária Francisco Sanches a localização favorita para este equipamento.
Por ordem do tribunal, os três edifícios que tinham sido expropriados serão devolvidos à imobiliária Urbimodarte, que os tinha comprado à filha e ao genro de Mesquita Machado dias antes de ter sido aberto o processo. Contactado pelo PÚBLICO, o antigo presidente de câmara, não quis prestar declarações sobre o caso.
Corrigido o tribunal responsável pela decisão