Filho da Mãe em luta majestosa com a guitarra

Foto
Leonor Fonseca

Vimo-lo no ano passado, num dos seus muitos concertos, em encruzilhada de ruas na aldeia de Cem Soldos, durante o Festival Bons Sons. Tarde de calor sufocante e céu azul, claríssimo. Vimo-lo atacando a guitarra com precisão no dedilhado, com abandono ao som metálico produzido pelos acordes arrastados. Ouvimos os sons em crescendo, naquela sobreposição de loops de guitarra que aumentam o impacto emocional da música. Vimos mais ainda. Vimos como há, na interpretação de Rui Carvalho, que escolheu como nome de guerra Filho da Mãe, a força de uma luta: ouve-se o esforço da respiração e sente-se o ataque às cordas como uma tentativa de domar o instrumento ao turbilhão que a cabeça sente e os dedos pretendem traduzir. Mas o que fica, em nós que vemos e ouvimos, nada tem de angustiante.

Há algo de majestoso naquela luta. E uma força que emerge daquele frenesim que se queda em melancolia, daqueles arpejos que entontecem e dos riffs que são cavalgadas de quem passou muito tempo a conviver com o rock. 

Há, em resumo, algo de especial nesta música de Filho da Mãe. Pressentíamo-lo em Palácio, o disco com que se apresentou a solo, guitarra clássica nos braços, numa altura em que o conhecíamos do punk endiabrado dos If Lucy Fell ou dos I Had Plans. E tivemo-lo por certo quando o vimos naquela tarde em Cem Soldos, e confirmámo-lo agora que chega Cabeça, o seu segundo álbum, que apresentará esta noite no Teatro do Bairro, em Lisboa – dia 22 estará no Cine-Teatro de Castro Verde, dia 23 no Festival Ecos do Sado, em Setúbal, partindo depois para uma série de concertos que o levarão a França, Holanda e Espanha.

Encontramos Rui Carvalho numa esplanada do Jardim da Estrela, em Lisboa. Tarde de Outono sereno que condiz bem com ele. Munidos da informação biográfica, muito precisa, naturalmente, e com a música do novo álbum a ressoar na cabeça, informação certamente mais subjectiva, chegamos até ele com uma série de ideias prontas a partilhar. 

A acima referida, a do homem em luta com o instrumento que abraçou, sofrendo para que a sua criatividade se liberte no mundo. Uma outra, nascida do facto de Rui Carvalho ter formação em arqueologia e ter trabalhado na área.

A tentar rebentar

Ouvindo Cabeça, álbum em que a guitarra clássica ganha aura de mistério, uma qualquer densidade mítica, indefinível, demos por nós a estreitar paralelismos entre o Rui Carvalho músico e o Rui de Carvalho arqueólogo, um e outro pondo as mãos na terra (um metaforicamente, outro realmente) para desvendar qualquer coisa que a terra, que as emoções, escondem. Rui Carvalho, homem de pose serena e discurso rápido e bem organizado, desmonta graciosamente os nossos devaneios. 

“Não gosto daquela ideia do artista que sofre. ‘Eu sofro muito’. Parece que estamos a gozar com as pessoas”, diz. “Tocar é bom, é libertador. Tudo o resto são feitios e pessoas”. O dele resulta nisto: “Parece que estou a tentar rebentar qualquer coisa para chegar a um sítio qualquer e é verdade e é completamente genuíno”. Junte-se isso aos anos a viver a catarse e carácter explosivo do rock, do metal ou do hardcore, e é óbvio que a sua música teria que ter essa fogosidade, essa chama, essa luta, como dizíamos.

Quanto à arqueologia, aí, o romantismo é todo nosso. O paralelismo que Rui Carvalho encontra é em sentido contrário ao que lhe apresentámos. Tudo muito prático: “Aquilo em que me estava a especializar, que eram remontagens líticas, envolvia basicamente fazer puzzles e colar pecinhas, pedra a pedra. Muito laborioso, muita paciência. Encaro a música de forma parecida. Não é tão diferente de quando pego na guitarra e fico ali tipo periquito, como muitas vezes me dizem, à volta daquele riff, a desfazer a cabeça às pessoas”. 

Obra de labor, portanto. Labor obsessivo. Mas, tal como na sua música ouvimos camadas expressivas a acumular-se e acompanhamos dinâmicas que nos levam de dedilhado de sensibilidade folk a bordões de quem aprecia perder-se em névoa sonora noise, também o processo que lhe dá origem é tudo menos unidimensional. O homem que fica meses à volta de uma composição, para perceber que notas colar onde, é o mesmo que ouvimos no final da última canção de CabeçaSem demónios, a única tocada em guitarra eléctrica. Som de tralha a ser arrumada e uma voz muito despachada: “Pronto. ‘Tamos, né?” Estamos, pois. Está feito. Cabeça é um álbum Filho da Mãe (perdoem-nos, não resistimos).

“Há muita coisa engraçada a fazer com a guitarra”, diz-nos agora Rui Carvalho, ele que até Palácio confessava que não se sentia completamente à vontade naquela posição de homem sozinho com a guitarra, que era ainda músico de banda. Hoje, já não diz o mesmo. E aquilo que ouvimos em Cabeça, e o título que diz muito do turbilhão de emoções que a povoam, prova que Rui Carvalho não poderia realmente dizer o mesmo. “Tens que acreditar naquilo que fazes mas há muitas formas de o fazer. Podes acreditar em dúvida e pôr as coisas em causa, desde que se siga em frente”. 

Ele pode continuar a sentir-se “um peixinho fora de água” enquanto guitarrista a solo, mas isso é mais traço de personalidade do que defeito de experiência. “Sinceramente, acho que já dei a volta e sinto-me mais habituado a tocar sozinho e a interagir com a guitarra clássica [do que com banda]. Estou em paz com o processo e com não controlar o processo, sem receio que me escape das mãos”.

“Portugalidade”

Tal como Norberto Lobo, Rui Carvalho pegou na guitarra clássica e levou-a a sério porque as suas bandas viviam um período de pouca actividade. “Pensei: ‘por que não?’ Cheguei a dizer que é o meu plano para a velhice, assim tenho alguma coisa para fazer quando tiver 70 anos. Se as mãos ainda mexerem aí, estarei a tocar para 20 pessoas num clube qualquer. Quanto mais simples e com menos pretensões as coisas começam, mais bonitas se tornam”.

Quando Palácio foi editado em 2011, a sua música foi elogiada pela capacidade de reter algo da energia rock mas de tocar algo mais profundo: e o nome de Carlos Paredes, inevitavelmente, e a ideia de “portugalidade”, obviamente, foi bastante referida – entretanto, no cartaz do festival holandês Le Guess Who, onde actuará a 28 de Novembro, apresentam-no como “combinando técnicas do mathcore com estéticas folk”. 

Falar do percurso enquanto ouvinte e músico é-lhe fácil: as audições de Carlos Paredes a par do hardcore dos Disarm ou do metalcore dos Converge na faculdade; o tocar coisas “meio freaks” na guitarra clássica ao mesmo tempo que tocava metal, ao mesmo tempo que ia para o Castelo de São Jorge brincar com a guitarra portuguesa. Quanto a falar da música para onde os dedos o encaminham, de portugalidade e afins, é mais complexo. E desnecessário. “Não sei de onde me vem isto para os dedos. Tenho a certeza que tem a ver com ser português, mas não tem nada a ver com ter orgulho nessa tradição. Eu até tenho, mas isso não interessa”.

Cabeça foi gravado entre Terra Feita, no Gerês, e O Espaço do Tempo, montado por Rui Horta em Montemor-O-Novo. Rui Carvalho julgava que o editaria um ano depois de Palácio. Atrasou-se um ano – “atrasou-se porque tens aqueles monstros… e eu não faço as coisas sem pensar muito nelas”. 

Até que percebeu que não podia atrasar mais. Chegou a estúdio com duas das 12 músicas do álbum preparadas. Depois? “Tenho um microfone à frente, tenho uma semana para fazer isto e isto tem que ser uma música porque, por mais dúvidas que tenha, sei que será. É tão simples quanto isto”. 

Tão simples quanto é rica a música que agora lhe ouvimos. Música de uma ressonância emocional poderosa, música de uma riqueza técnica que nunca resvala para o virtuosismo egocêntrico, música, como dissemos, de uma majestosidade a que é impossível ficar indiferente. “Estou a gostar desta experiência de ser o tipo com uma guitarra e dois microfones. Quis fazer isso e não sei se o próximo [disco] não será o mesmo”. 

Alargando a panorâmica sobre a actividade Filho da Mãe, Rui Carvalho confessa que quer ter mais experiências como a que o juntou a músicos dos If Lucy Fell, PAUS ou Linda Martini no espectáculo Fazer para Desistir, apresentado no Teatro Maria Matos, em Lisboa. “Gostava de ter muitas pequenas edições em que pudesse canalizar todas essas outras coisas para outro tipo de registos, EPs ou 7”. 

Deixaria, então, os álbuns a solo como representação mais íntima da sua criatividade. Precisamente o que ouvimos neste belíssimo Cabeça. Disco de agora, para agora. “Gosto que uma coisa faça sentido na altura em que é ouvida. Se daqui a 30 anos ainda fará sentido? Isso seria absolutamente lindo, mas duvido”. Feita uma breve pausa, Rui Carvalho diz esta frase bonita: “Já fico contente com o fruto do meu tempo”. Aproveitemo-lo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Vimo-lo no ano passado, num dos seus muitos concertos, em encruzilhada de ruas na aldeia de Cem Soldos, durante o Festival Bons Sons. Tarde de calor sufocante e céu azul, claríssimo. Vimo-lo atacando a guitarra com precisão no dedilhado, com abandono ao som metálico produzido pelos acordes arrastados. Ouvimos os sons em crescendo, naquela sobreposição de loops de guitarra que aumentam o impacto emocional da música. Vimos mais ainda. Vimos como há, na interpretação de Rui Carvalho, que escolheu como nome de guerra Filho da Mãe, a força de uma luta: ouve-se o esforço da respiração e sente-se o ataque às cordas como uma tentativa de domar o instrumento ao turbilhão que a cabeça sente e os dedos pretendem traduzir. Mas o que fica, em nós que vemos e ouvimos, nada tem de angustiante.

Há algo de majestoso naquela luta. E uma força que emerge daquele frenesim que se queda em melancolia, daqueles arpejos que entontecem e dos riffs que são cavalgadas de quem passou muito tempo a conviver com o rock. 

Há, em resumo, algo de especial nesta música de Filho da Mãe. Pressentíamo-lo em Palácio, o disco com que se apresentou a solo, guitarra clássica nos braços, numa altura em que o conhecíamos do punk endiabrado dos If Lucy Fell ou dos I Had Plans. E tivemo-lo por certo quando o vimos naquela tarde em Cem Soldos, e confirmámo-lo agora que chega Cabeça, o seu segundo álbum, que apresentará esta noite no Teatro do Bairro, em Lisboa – dia 22 estará no Cine-Teatro de Castro Verde, dia 23 no Festival Ecos do Sado, em Setúbal, partindo depois para uma série de concertos que o levarão a França, Holanda e Espanha.

Encontramos Rui Carvalho numa esplanada do Jardim da Estrela, em Lisboa. Tarde de Outono sereno que condiz bem com ele. Munidos da informação biográfica, muito precisa, naturalmente, e com a música do novo álbum a ressoar na cabeça, informação certamente mais subjectiva, chegamos até ele com uma série de ideias prontas a partilhar. 

A acima referida, a do homem em luta com o instrumento que abraçou, sofrendo para que a sua criatividade se liberte no mundo. Uma outra, nascida do facto de Rui Carvalho ter formação em arqueologia e ter trabalhado na área.

A tentar rebentar

Ouvindo Cabeça, álbum em que a guitarra clássica ganha aura de mistério, uma qualquer densidade mítica, indefinível, demos por nós a estreitar paralelismos entre o Rui Carvalho músico e o Rui de Carvalho arqueólogo, um e outro pondo as mãos na terra (um metaforicamente, outro realmente) para desvendar qualquer coisa que a terra, que as emoções, escondem. Rui Carvalho, homem de pose serena e discurso rápido e bem organizado, desmonta graciosamente os nossos devaneios. 

“Não gosto daquela ideia do artista que sofre. ‘Eu sofro muito’. Parece que estamos a gozar com as pessoas”, diz. “Tocar é bom, é libertador. Tudo o resto são feitios e pessoas”. O dele resulta nisto: “Parece que estou a tentar rebentar qualquer coisa para chegar a um sítio qualquer e é verdade e é completamente genuíno”. Junte-se isso aos anos a viver a catarse e carácter explosivo do rock, do metal ou do hardcore, e é óbvio que a sua música teria que ter essa fogosidade, essa chama, essa luta, como dizíamos.

Quanto à arqueologia, aí, o romantismo é todo nosso. O paralelismo que Rui Carvalho encontra é em sentido contrário ao que lhe apresentámos. Tudo muito prático: “Aquilo em que me estava a especializar, que eram remontagens líticas, envolvia basicamente fazer puzzles e colar pecinhas, pedra a pedra. Muito laborioso, muita paciência. Encaro a música de forma parecida. Não é tão diferente de quando pego na guitarra e fico ali tipo periquito, como muitas vezes me dizem, à volta daquele riff, a desfazer a cabeça às pessoas”. 

Obra de labor, portanto. Labor obsessivo. Mas, tal como na sua música ouvimos camadas expressivas a acumular-se e acompanhamos dinâmicas que nos levam de dedilhado de sensibilidade folk a bordões de quem aprecia perder-se em névoa sonora noise, também o processo que lhe dá origem é tudo menos unidimensional. O homem que fica meses à volta de uma composição, para perceber que notas colar onde, é o mesmo que ouvimos no final da última canção de CabeçaSem demónios, a única tocada em guitarra eléctrica. Som de tralha a ser arrumada e uma voz muito despachada: “Pronto. ‘Tamos, né?” Estamos, pois. Está feito. Cabeça é um álbum Filho da Mãe (perdoem-nos, não resistimos).

“Há muita coisa engraçada a fazer com a guitarra”, diz-nos agora Rui Carvalho, ele que até Palácio confessava que não se sentia completamente à vontade naquela posição de homem sozinho com a guitarra, que era ainda músico de banda. Hoje, já não diz o mesmo. E aquilo que ouvimos em Cabeça, e o título que diz muito do turbilhão de emoções que a povoam, prova que Rui Carvalho não poderia realmente dizer o mesmo. “Tens que acreditar naquilo que fazes mas há muitas formas de o fazer. Podes acreditar em dúvida e pôr as coisas em causa, desde que se siga em frente”. 

Ele pode continuar a sentir-se “um peixinho fora de água” enquanto guitarrista a solo, mas isso é mais traço de personalidade do que defeito de experiência. “Sinceramente, acho que já dei a volta e sinto-me mais habituado a tocar sozinho e a interagir com a guitarra clássica [do que com banda]. Estou em paz com o processo e com não controlar o processo, sem receio que me escape das mãos”.

“Portugalidade”

Tal como Norberto Lobo, Rui Carvalho pegou na guitarra clássica e levou-a a sério porque as suas bandas viviam um período de pouca actividade. “Pensei: ‘por que não?’ Cheguei a dizer que é o meu plano para a velhice, assim tenho alguma coisa para fazer quando tiver 70 anos. Se as mãos ainda mexerem aí, estarei a tocar para 20 pessoas num clube qualquer. Quanto mais simples e com menos pretensões as coisas começam, mais bonitas se tornam”.

Quando Palácio foi editado em 2011, a sua música foi elogiada pela capacidade de reter algo da energia rock mas de tocar algo mais profundo: e o nome de Carlos Paredes, inevitavelmente, e a ideia de “portugalidade”, obviamente, foi bastante referida – entretanto, no cartaz do festival holandês Le Guess Who, onde actuará a 28 de Novembro, apresentam-no como “combinando técnicas do mathcore com estéticas folk”. 

Falar do percurso enquanto ouvinte e músico é-lhe fácil: as audições de Carlos Paredes a par do hardcore dos Disarm ou do metalcore dos Converge na faculdade; o tocar coisas “meio freaks” na guitarra clássica ao mesmo tempo que tocava metal, ao mesmo tempo que ia para o Castelo de São Jorge brincar com a guitarra portuguesa. Quanto a falar da música para onde os dedos o encaminham, de portugalidade e afins, é mais complexo. E desnecessário. “Não sei de onde me vem isto para os dedos. Tenho a certeza que tem a ver com ser português, mas não tem nada a ver com ter orgulho nessa tradição. Eu até tenho, mas isso não interessa”.

Cabeça foi gravado entre Terra Feita, no Gerês, e O Espaço do Tempo, montado por Rui Horta em Montemor-O-Novo. Rui Carvalho julgava que o editaria um ano depois de Palácio. Atrasou-se um ano – “atrasou-se porque tens aqueles monstros… e eu não faço as coisas sem pensar muito nelas”. 

Até que percebeu que não podia atrasar mais. Chegou a estúdio com duas das 12 músicas do álbum preparadas. Depois? “Tenho um microfone à frente, tenho uma semana para fazer isto e isto tem que ser uma música porque, por mais dúvidas que tenha, sei que será. É tão simples quanto isto”. 

Tão simples quanto é rica a música que agora lhe ouvimos. Música de uma ressonância emocional poderosa, música de uma riqueza técnica que nunca resvala para o virtuosismo egocêntrico, música, como dissemos, de uma majestosidade a que é impossível ficar indiferente. “Estou a gostar desta experiência de ser o tipo com uma guitarra e dois microfones. Quis fazer isso e não sei se o próximo [disco] não será o mesmo”. 

Alargando a panorâmica sobre a actividade Filho da Mãe, Rui Carvalho confessa que quer ter mais experiências como a que o juntou a músicos dos If Lucy Fell, PAUS ou Linda Martini no espectáculo Fazer para Desistir, apresentado no Teatro Maria Matos, em Lisboa. “Gostava de ter muitas pequenas edições em que pudesse canalizar todas essas outras coisas para outro tipo de registos, EPs ou 7”. 

Deixaria, então, os álbuns a solo como representação mais íntima da sua criatividade. Precisamente o que ouvimos neste belíssimo Cabeça. Disco de agora, para agora. “Gosto que uma coisa faça sentido na altura em que é ouvida. Se daqui a 30 anos ainda fará sentido? Isso seria absolutamente lindo, mas duvido”. Feita uma breve pausa, Rui Carvalho diz esta frase bonita: “Já fico contente com o fruto do meu tempo”. Aproveitemo-lo.