Passos apela a "grande coligação" para reformas no pós-troika
Pedro Passos Coelho falava na abertura do Congresso das Comunicações, ao início da manhã, em Lisboa, meia hora antes de ir à concertação social falar com os parceiros sociais, e deixava mais um recado para o pós-troika. “Agora que estamos a sete meses de concluirmos o programa de assistência externa é preciso dizer que, quando as urgências da estabilização financeira abrandarem, nem por isso devemos abrandar o nosso esforço de reforma”, realçou o chefe do Governo.
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Pedro Passos Coelho falava na abertura do Congresso das Comunicações, ao início da manhã, em Lisboa, meia hora antes de ir à concertação social falar com os parceiros sociais, e deixava mais um recado para o pós-troika. “Agora que estamos a sete meses de concluirmos o programa de assistência externa é preciso dizer que, quando as urgências da estabilização financeira abrandarem, nem por isso devemos abrandar o nosso esforço de reforma”, realçou o chefe do Governo.
A seguir, chegou o apelo: “Estamos a construir as bases de um país mais próspero e mais justo, e essa tarefa não pode ficar a meio caminho. É preciso agarrar o futuro com as duas mãos, sabendo que só uma grande coligação entre todos os agentes, entre todos os portugueses será suficientemente duradoura para manter vivo esse espírito reformista de que precisamos hoje”, afirmou Passos Coelho ao rematar o seu discurso de cerca de 15 minutos.
Antes, o primeiro-ministro pegara no tema do congresso da APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, “Business Trends” para falar sobre a necessidade de as empresas e a economia terem uma “resposta activa e criativa” para gerar mudanças estruturais que criem riqueza e emprego e façam “reerguer” o país, como está “paulatinamente a acontecer”.
É também obrigação de “todos os agentes políticos, económicos e sociais” se esforçarem por identificar “oportunidade de crescimento, de reforma e de inovação”. Passos elogiou o contributo do sector das comunicações, que é um “modelo e exemplo para a economia” nacional, e que “pode e deve ser utilizado como uma alavanca de crescimento noutros sectores”.
O primeiro-ministro disse mesmo contar com as empresas deste sector, sejam pequenas ou multinacionais, “para a recuperação económica de que já vamos tendo alguns sinais encorajadores”.
"É possível criar mais emprego"
Tal como o presidente da APDC, Rogério Carapuça realçara antes, também Passos lembrou que as tecnologias de informação e comunicação e os novos media representam cerca de 8% do PIB português “e constituem uma importante fonte de emprego extremamente qualificado”.
A criatividade e inovação, termos com que o chefe do Governo pontuou a sua intervenção, devem também ser colocadas ao serviço da criação de emprego. “Um dos maiores desafios consiste em conciliar o crescimento económico com a inovação e o emprego”, disse Pedro Passos Coelho. “É possível criar mais emprego no futuro se, sendo mais produtivos e eficientes, conseguirmos alocar devidamente os nossos recursos a outras áreas que sejam geradoras de emprego.”
O primeiro-ministro também quis deixar a mensagem de que aqueles que caem no desemprego devem acreditar que essa é uma fase passageira. “Numa altura em que estamos finalmente a vencer o pessimismo que se instalou durante tantos anos, em que queremos apresentar às pessoas uma expectativa positiva de retoma de crescimento e sobretudo de um crescimento sustentado no futuro, é muito importante que possamos ter uma palavra de esperança para todos aqueles que perderam o seu emprego ao longo deste processo de ajustamento e que hoje sentem que estão, quer do ponto de vista tecnológico, quer do ponto de vista de outros instrumentos diminuídos na competição do mercado de emprego.”
Passos defendeu então que “colocar a inovação ao serviço não apenas do crescimento mas também do emprego, é uma condição basilar para manter a coesão social e, nessa medida, para sustentar o crescimento”.