Director-geral das Artes sai do cargo por razões administrativas
O actual director não se apresentou a concurso por ter concluído a licenciatura há 11 anos e dois meses, quando o concurso obriga a um mínimo de 12 anos
Samuel Rego, licenciado em História-Património Cultural, pela Universidade de Évora, era desde 2011 director-geral das Artes, nomeado pelo anterior secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Aos 36 anos, era o mais novo director que a DGArtes tinha conhecido e foi nomeado em regime de substituição em Julho de 2011, altura em que já se sabia que iam ser abertos concursos.
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Samuel Rego, licenciado em História-Património Cultural, pela Universidade de Évora, era desde 2011 director-geral das Artes, nomeado pelo anterior secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. Aos 36 anos, era o mais novo director que a DGArtes tinha conhecido e foi nomeado em regime de substituição em Julho de 2011, altura em que já se sabia que iam ser abertos concursos.
O requisito, que é comum a todos os cargos e serviços na dependência directa do Estado, levará à substituição da equipa actualmente em funções. A actual subdirectora, Ana Carvalho, optou também por não concorrer.
Para Samuel Rego, que concorda com o critério, é nas “consequências” dessa decisão que é precisos reflectir: “É preciso perguntar como se quer fazer o debate sobre a reforma do Estado e da administração pública. O Estado que eu conheço e que sei que é sério tem uma obsessão por uma higienização burocrática que deixa de fora muitos dos melhores”, diz ao PÚBLICO. “A geração mais qualificada”, afirma, ficará de fora “por um filtro administrativo”.“Quero participar no debate da reforma do Estado”, diz o ainda director-geral que defende “o rejuvenescimento da administração pública”.
Ao fim de dois anos e meio, Samuel Rego faz um balanço positivo. “Houve uma credibilização da instituição”, que permitiu “garantir a transparência nos apoios à internacionalização através de concursos, previstos há uma década, mas que não tinham sido activados”, um aumento nos apoios tripartidos, que envolveu a DGArtes com as autarquias e as companhias de teatro, dança e música, “uma aproximação e entrosamento com a educação”, através do programa Pegada Cultural, apresentado na semana passada e que envolve fundos vindos de países do Norte da Europa, e uma “proximidade entre os artistas e a DGArtes através do modo como foram geridos os concursos públicos de apoio às artes a dois e quatro anos”.