EDP e Câmara de Gaia vão avaliar “caso a caso” antes de avançar para cortes de energia

Eduardo Vítor Rodrigues avisa que há casos que "não podem ser resolvidos com uma mera intimação e um corte de energia".

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Presidente da câmara diz que as dívidas à EDP tanto existem na malha urbana como no interior do concelho Nelson Garrido

O autarca de Gaia contou ter tido, de manhã, uma reunião com a EDP, a qual visava abordar “vários temas”, mas sendo “evidentemente prioritária” a questão dos cortes de energia, por falta de pagamento, em bairros sociais.

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O autarca de Gaia contou ter tido, de manhã, uma reunião com a EDP, a qual visava abordar “vários temas”, mas sendo “evidentemente prioritária” a questão dos cortes de energia, por falta de pagamento, em bairros sociais.

“Encontrei da parte dos administradores da EDP, particularmente por parte do senhor engenheiro Santos Ferreira, uma sensibilidade muito grande para já para parar o processo e depois para reavaliar individualmente cada um dos agregados e encontrarmos uma solução que seja socialmente justa”, disse, à Lusa, o presidente da autarquia de Gaia.

Eduardo Vítor Rodrigues reconheceu que alguns casos de dívida decorrem de “algum desleixo” mas afirmou ter conhecimento de que muitos casos correspondem a “dramas sociais”. “São casos que não podem ser resolvidos com uma mera intimação e um corte de energia, que ainda atira as pessoas para uma situação pior”, disse o autarca.

Ainda de acordo com Eduardo Vítor Rodrigues, são cerca de 500 os fogos visados por eventuais cortes de energia. Mas o autarca não quis avançar com localizações precisas. “Há uma proliferação pelo concelho, nomeadamente no interior, mas também na malha urbana. Não vale a pena falar de bairros em concreto, porque essa identificação também é factor de estigmatização”, disse.

Questionado sobre se a autarquia vai colaborar com a EDP no diagnóstico “caso a caso”, Eduardo Vítor Rodrigues garantiu que “sim”, até porque dispõe de “meios técnicos para o efeito”.

Além do tema dos cortes de energia, a reunião entre a EDP e o Município de Gaia serviu para o estabelecimento de um protocolo que “pôr em prática a responsabilidade social da empresa em sectores sociais concretos, seja na educação, seja na acção social”.