EUA alivia sanções se Irão suspender programa nuclear

Diplomacia americana avança proposta de acordo temporário em nova ronda negocial em Genebra.

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Negociações recomeçaram em Genebra REUTERS/Denis Balibouse

A discussão dos detalhes da proposta, que a diplomacia norte-americana caracterizou como um primeiro passo para a “construção de uma relação de confiança” entre as duas partes fez prolongar os trabalhos do primeiro dia de negociações entre o Irão e chamado grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, Rússia, China, Franca e Reino Unido mais a Alemanha), em Genebra, muito para além da hora prevista.

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A discussão dos detalhes da proposta, que a diplomacia norte-americana caracterizou como um primeiro passo para a “construção de uma relação de confiança” entre as duas partes fez prolongar os trabalhos do primeiro dia de negociações entre o Irão e chamado grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, Rússia, China, Franca e Reino Unido mais a Alemanha), em Genebra, muito para além da hora prevista.

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, acabou por cancelar um voo para Roma para uma nova reunião ao final da tarde, um gesto que os observadores interpretaram como um bom sinal.

A eleição de Hassan Rouhani para a presidência do Irão, em Junho passado, permitiu desbloquear dez anos de impasse negocial e reatar as conversações internacionais sobre o controverso programa nuclear do regime de Teerão. Esta é a segunda ronda, e o sucesso está longe de garantido.

Cautelosas, as delegações ofereceram a mesma apreciação sobre os trabalhos em curso na cidade suíça: as conversas são “difíceis”, o progresso é "lento” e ainda existem muitas “barreiras” e resistências a vencer. Mas, “está tudo a correr bem”, garantiu Mohammad Javad Zarif, que acredita na possibilidade de um acordo antes do fim da semana.

O ministro não se referiu explicitamente à proposta avançada pelos negociadores norte-americanos – e que o Governo de Israel já veio criticar como “um erro de proporções históricas”. Segundo a imprensa norte-americana, a Administração Obama está disposta a “desagravar” o conjunto das sanções que têm fragilizado a economia iraniana (mas não as que afectam o sector financeiro ou da energia, precisa o The Wall Street Journal), se o regime iraniano concordar com a inspecção das suas unidades nucleares, a limitação do seu stock de combustível nuclear e a diminuição do nível de enriquecimento de urânio.

O acordo, provavelmente válido por um período de seis meses, retiraria a pressão sobre as equipas negociais e facilitaria o estabelecimento de um compromisso mais abrangente – “um pacto duradouro”, na linguagem usada pelo Departamento de Estado norte-americano.

“Para já, estamos a falar numa primeira fase, num entendimento inicial que pela primeira vez em décadas nos permite travar o desenvolvimento do programa nuclear do Irão”, explicou um porta-voz da Administração citado sob anonimato pelo The Washington Post.

Para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, “as propostas que foram postas em cima da mesa em Genebra para diminuir a pressão sobre o Irão falam em concessões que não são concessões nenhumas. O Irão continuaria a deter as mesmas capacidades para produzir armas nucleares”, referiu.