Antigo rei dos belgas queixa-se de falta de dinheiro e pede mais ao Estado

Os cofres públicos belgas asseguram a Alberto II uma "dotação" anual de 923 mil euros.

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Alberto no dia em que abdicou a favor do seu filho Filipe AFP

Durante os seus vinte anos de reinado, de Agosto de 1993 a Julho de 2013, Alberto II tinha à sua disposição 11,5 milhões de euros a título de uma “lista civil” destinada a assegurar o funcionamento da Casa Real. Esse orçamento passou a ser gerido pelo seu filho Filipe, que assumiu o trono dos belgas no dia 21 de Julho.

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Durante os seus vinte anos de reinado, de Agosto de 1993 a Julho de 2013, Alberto II tinha à sua disposição 11,5 milhões de euros a título de uma “lista civil” destinada a assegurar o funcionamento da Casa Real. Esse orçamento passou a ser gerido pelo seu filho Filipe, que assumiu o trono dos belgas no dia 21 de Julho.

O ex-rei tem direito “apenas” a 923 mil euros por ano brutos (cerca de 700 mil euros líquidos), continua a ter à sua disposição uma equipa de dez colaboradores e um corpo de seguranças particulares. Martine Dubuisson, a especialista da monarquia belga que escreve o artigo no Le Soir, garante que o ex-monarca “se queixa amargamente” do seu “salário”.

“Ele diz que não é tratado como esperava ser e que isso o coloca em dificuldades”, diz uma fonte anónima citada pelo jornal. Na vizinha Holanda, sublinha a mesma fonte, a antiga rainha Beatriz, que também abdicou a favor do filho, recebe uma dotação de 1,4 milhões de euros por ano.

Alguns “próximos” do antigo rei, “face à desmoralização de Alberto e às suas queixas financeiras”, tentam “encontrar soluções para aumentar indirectamente os seus rendimentos”, continua o texto de Martine Dubuisson.

Entre as soluções avançadas está a possibilidade de o Estado pagar as despesas de manutenção do castelo de Belvédère, em Bruxelas, a residência do ex-monarca. Ou então a ideia de que a Marinha nacional poderia arcar com as contas da gasolina do seu luxuoso iate Alpa, que tem uma valor estimado de 4,6 milhões de euros e que está registado como uma embarcação militar.

Para além dos seus próximos, o próprio Alberto II terá falado pessoalmente com alguns responsáveis políticos, incluindo o primeiro-minsitro Elio Di Rupo. Mas este disse nesta quinta-feira, no Parlamento, que não tenciona “mudar uma vírgula” no documento aprovado pelo Parlamento sobre as dotações para a Casa Real. “Não tencionamos modificar, de modo directo ou indirecto, o que quer que seja”.