BCE baixa taxa para 0,25%, um novo mínimo histórico
Corte é positivo para famílias e empresas. BCE admite novo corte se necessário.
A decisão do BCE era esperada por alguns economistas e casas de investimento, mas a maioria dos 70 economistas contactados pela Bloomberg “apostava” na manutenção das taxas.
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A decisão do BCE era esperada por alguns economistas e casas de investimento, mas a maioria dos 70 economistas contactados pela Bloomberg “apostava” na manutenção das taxas.
A medida aplicada pelo presidente do BCE, Mario Drahi, reflecte a preocupação do banco central com o crescimento económico e com o risco de deflação. A descida na taxa anunciada esta quinta-feira ocorre apenas seis meses após o último corte. Em Maio, a taxa de juro que o banco central aplica nas operações de financiamento aos bancos já tinha passado de 0,75% para 0,5%, um mínimo histórico que foi agora ultrapassado.
"Deveremos assistir um longo período de baixa inflação", afirmou Mario Draghi na conferência de imprensa, acrescentando, citado pela Reuters, que haverá depois um movimento gradual de subida, ficando abaixo "mas perto" da meta dos 2% que corresponde ao mandato do banco central.
O corte de taxas é positivo para as famílias, nomeadamente com crédito à habitação, e para empresas, já que contribui para manter as taxas no mercado interbancário, onde se forma a Euribor, em níveis baixos.
Taxas continuam nos níveis actuais
O comunicado do BCE refere que o conselho de governadores decidiu, por unanimidade, na necessidade de mostrar que “as taxas vão continuar nos níveis actuais ou menos, durante o tempo necessário”.
Em conferência de imprensa e quando questionado se acabaram as armas de combate da instituição, o presidente do BCE, Mário Draghi, garantiu que “não se chegou a esse ponto”, e que ainda poderão “baixar mais as taxas de juro e aplicar outros instrumentos”.
O responsável não deu indicações sobre esses instrumentos, que poderiam passar pela compra de activos, como fez a reserva federal norte-americana (Fed).
Draghi, anunciou que a instituição mantém a cedência de liquidez até meados de 2015, um alargamento aguardado. Mas apesar de estar pronto para o fazer, não anunciou novos empréstimos de longo prazo.
O presidente do BCE admitiu que a zona euro viverá “um período prolongado de inflação baixa”, mas não antecipa um cenário de deflação.
O corte de taxa de referência foi justificado pelos “fracos” sinais de recuperação económica e pela necessidade de reduzir a fragmentação do mercado de crédito, uma situação que afecta particularmente os países periféricos e onde o BCE não encontra melhorias face ao que se passava há três meses.