Estátua do cónego Melo volta a ser discutida na Câmara de Braga
Vereador da CDU avançou com proposta de revogação da autorização, dada pela anterior maioria, à implantação do monumento numa rotunda da cidade.
O vereador da CDU, Carlos Almeida, fez incluir na agenda da próxima reunião do executivo uma proposta de revogação da autorização dada pela anterior maioria a esta homenagem. O vereador comunista vai tentar fazer aprovar pelo executivo a retirada do espaço público da estátua que causou polémica durante o Verão.
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O vereador da CDU, Carlos Almeida, fez incluir na agenda da próxima reunião do executivo uma proposta de revogação da autorização dada pela anterior maioria a esta homenagem. O vereador comunista vai tentar fazer aprovar pelo executivo a retirada do espaço público da estátua que causou polémica durante o Verão.
Na campanha autárquica, Carlos Almeida tinha garantido que esta seria uma das primeiras propostas que levaria ao executivo municipal, caso fosse eleito. O vereador da CDU defende a revogação da autorização concedida em Maio, mas precisa dos votos das outras forças políticas presentes no executivo (PSD, CDS e PS) para concretizar a pretensão.
O novo presidente de câmara, o social-democrata Ricardo Rio, tinha anunciado ao PÚBLICO, numa entrevista concedida no dia da sua tomada de posse, que pretendia abster-se, caso o assunto voltasse a ser apreciado no executivo. Esta posição poderá viabilizar a manutenção da polémica homenagem ao antigo vigário-geral da Arquidiocese de Braga, mas ainda não é certo que todos os eleitos da coligação PSD/CDS Juntos por Braga votem no mesmo sentido.
Na primeira votação, todos os vereadores do PSD e CDS abstiveram-se, mas a homenagem acabou por ser autorizada com os votos favoráveis da maioria PS, que então liderava o município.
A estátua do cónego Melo foi colocada na rotunda do Monte D’Arcos, junto ao cemitério municipal, três meses depois desta votação, tendo sido recebida com polémica. Dias depois da sua instalação, vários cidadãos de Braga convocaram uma manifestação pacífica, na qual contestaram a homenagem ao religioso pela sua alegada ligação à extrema-direita no pós-25 de Abril.
Na madrugada desse dia a estátua foi vandalizada, permanecendo, desde então, pintada de azul e com inscrições depreciativas da figura do cónego.