Próxima heroína da Marvel será uma jovem muçulmana

Kamala Khan tem 16 anos e vive nos subúrbios de New Jersey. É a nova aposta da editora na renovação e chega às bancas em Fevereiro.

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Esta é mais uma revolução no mundo do imaginário depois de a editora mainstream ter no ano passado casado um super-herói gay. Agora chegou a vez de dar de novo o palco às mulheres, com uma estreia significativa: será a primeira de origem muçulmana – o que reflecte a tentativa da revista de ir ao encontro da diversidade de leitores que tem e de abordar temas polémicos que estão no dia-a-dia da sociedade e dos jornais desde que, na década de 1960, criou o Homem Aranha e o X-Men.

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Esta é mais uma revolução no mundo do imaginário depois de a editora mainstream ter no ano passado casado um super-herói gay. Agora chegou a vez de dar de novo o palco às mulheres, com uma estreia significativa: será a primeira de origem muçulmana – o que reflecte a tentativa da revista de ir ao encontro da diversidade de leitores que tem e de abordar temas polémicos que estão no dia-a-dia da sociedade e dos jornais desde que, na década de 1960, criou o Homem Aranha e o X-Men.

A criação da heroína muçulmana insere-se na inicativa “All-New Marvel Now” que vai renovar algumas das séries da editora a partir de Dezembro. Kamala vai descobrir que é capaz de mudar a sua forma física e aproveitará esse dote para enfrentar vilões com uma nova identidade: Ms. Marvel. Deverá estar nas bancas em Fevereiro, adianta o New York Times. Kamala vai inspirar-se em Carol Danvers, uma outra heroína que começou como Ms. Marvel e que agora é conhecida como Capitã Marvel.

Segundo explicaram ao The Telegraph a escritora G. Willow Wilson e o ilustrador Adrian Alphonam, que estão a trabalhar com a editora Sana Amanat, a série vai reflectir o mundo vibrante de uma jovem que tem de lidar com a adolescência, as expectativas da família conservadora (com uma mãe a querer manter os rapazes longe da jovem e um pai a sonhar com uma filha médica) e, claro, os superpoderes.

Dilemas de adolescente
Para Amanat esta é uma oportunidade de “explorar a diáspora muçulmana-americana a partir de uma perspectiva autêntica”, juntando ao mesmo tempo os dilemas de uma adolescente. Aliás, a ideia surgiu pela própria experiência de Amanat que cresceu como muçulmana nos Estados Unidos. Por isso, espera que algumas reacções não sejam positivas e que algumas pessoas não gostem da forma como a muçulmana será interpretada.

“Queria que a Ms. Marvel fosse real, alguém com quem as pessoas reais se pudessem identificar, particularmente as mulheres mais novas. O secundário foi uma altura muito intensa na minha vida, por isso tirei partido dessas experiências fortes – a entrada na idade adulta, lidar com a escola, as emoções com as amizades que são uma grande parte do que é ser adolescente”, resumiu, por seu lado, Willow Wilson ao mesmo jornal.

E a acrescentou que a ideia é que todos os que já se sentiram “geeks” ou que “olharam para a vida através de uma franja” que se divirtam com as aventuras e com a capacidade de Kamala Khan mudar o seu corpo, precisamente um dos principais motivos de insegurança da idade. Wilson já tinha escrito sobre a sua conversão ao Islão no livro The Butterfly Mosque, pelo que achou que faria todo o sentido dar continuidade ao tema.