Polícia espanhola detecta compra de pistolas em Portugal para a Resistência Galega
Compra terá sido feita no mercado negro pelos principais líderes da organização independentista galega, que se pensa estarem escondidos em Portugal.
A compra terá sido feita no mercado negro pelos principais líderes da organização independentista galega, nomeadamente Antón García Matos e María Asunción Losada que as autoridades espanholas pensam que estejam escondidos em Portugal.
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A compra terá sido feita no mercado negro pelos principais líderes da organização independentista galega, nomeadamente Antón García Matos e María Asunción Losada que as autoridades espanholas pensam que estejam escondidos em Portugal.
Esta pelo menos é a informação de que dispõe a unidade antiterrorista criada pela Comissária Geral de Informação que considera que a compra das armas é mais um passo na estratégia da organização terrorista.
Fontes citadas pelo El Correo Galego destacam um “salto qualitativo no perigo dos explosivos usados” nos últimos atentados do grupo, incluindo o mais recente, de 7 de Outubro, em Beade.
Tanto esses explosivos como os detectados durante a detenção do dirigente da Resistência galega Adrián Mosquera em Bertamiráns, no início do ano, “eram muito mais potentes que os artefactos caseiros que se tinham utilizado até aqui”.
Na tentativa de responder a esta nova estratégia as autoridades espanholas reactivaram as ordens europeias de detenção contra Antón García Matos e María Asunción Losada, que estarão há vários anos em Portugal depois de viverem uma temporada no Brasil.
A polícia considera “haver indícios” de que os líderes da Resistência Galega “se movem entre a fronteira com Portugal, Ourense e Vigo”, com pelo menos uma dúzia de activistas dispostos a participar na realização de atentados.
Para o Ministério do Interior espanhol, a Resistência Galega é um objectivo prioritário já que, paralelamente a grupos jihadistas - e perante o cessar-fogo da ETA - continua a ser o único grupo preparado para cometer atentados.
No passado o grupo galego realizou atentados contra partidos políticos, sedes de entidades bancárias e empresas com sede na Galiza. O aumento da actividade coincidiu com as últimas penas impostas pela Audiência Nacional contra alguns membros detidos do grupo.
No editoral, o jornal El Correo Galego questiona-se se, com a compra das armas, a Resistência galega estará a ponderar “manchar as mãos de sangue” depois de, até aqui, os agentes dos serviços de informação considerarem que o grupo nunca tinha mostrado intenção de cometer ataques com vítimas. “Eram sempre atentados contra interesses económicos ou com motivações políticas e por isso se fez aquela definição de ‘terrorismo de baixa intensidade’”, refere o jornal.
“Mas se querem então as pistolas que acabam de comprar em Portugal? Os radicais não têm qualquer apoio social na Galiza e apenas contam com uma vintena de activistas e recursos limitados. Mas agora têm pistolas. E essas sim que matam”, conclui.