Troika regressa a Atenas em clima de tensão
Primeiro-ministro Antonis Samaras recusa novos cortes de salários e pensões.
Uma nova tranche de mil milhões de euros só será desbloqueada caso os encontros tenham um desfecho positivo. O primeiro-ministro da Grécia tentou acalmar os ânimos na noite de segunda-feira, numa declaração ao país, e recusou a ideia de haver uma “guerra” com a troika.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Uma nova tranche de mil milhões de euros só será desbloqueada caso os encontros tenham um desfecho positivo. O primeiro-ministro da Grécia tentou acalmar os ânimos na noite de segunda-feira, numa declaração ao país, e recusou a ideia de haver uma “guerra” com a troika.
“Vamos afastar a ideia de que estamos numa espécie de guerra. É uma negociação”, disse, argumentando que a Grécia pode chegar a 2014 com as metas propostas atingidas sem mais austeridade, cortes de salários e pensões. “A sociedade não aguenta, a economia não aguenta”, disse, sublinhando que a actual situação financeira do país não comporta mais cortes.
Para Atenas cumprir um défice público inferior a 3% em 2014, o Governo negociou com a troika a aplicação de um pacote de medidas com um impacto orçamental de 4000 milhões de euros. Os credores receiam, porém, que sejam insuficientes para alcançar os objectivos orçamentais.
Yannis Stournaras, ministro das Finanças, já tinha previsto a tensão negocial com a troika quando, em Outubro, se referiu às reuniões como “um inferno”, prometendo negociar com “firmeza” e esperando que haja “realismo” e “calma” em cima da mesa.
A Grécia tem um défice de financiamento próximo de 11 mil milhões em 2014 e 2015 e esta é uma das questões que deverão dominar os encontros com a missão internacional. O FMI já deixou claro que, nas avaliações regulares, a troika vai analisar o “buraco no financiamento” para 2014.
Notícia alterada às 11h24. Corrige nome do ministro das Finanças da Grécia