Futuro próximo da BlackBerry passa por mudança de CEO e recapitalização

Dificuldades de financiamento da operação podem ter levado canadiana Fairfax Financial Holdings a desistir da compra.

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A Blackberry mostra o tablet PC Foto: Odd Andersen/AFP

A operação de recapitalização realizar-se-á através de uma venda privada de obrigações convertíveis em acções, noticiou a Reuters, adiantando que a recapitalização será assegurada pela Fairfax Financial Holdings, que é a maior accionista da BlackBerry, com 10% do capital, e outros investidores. À sociedade financeira canadiana, que até esta segunda-feira teve em cima da mesa uma proposta de compra da totalidade da empresa, caberá um investimento de 250 milhões de dólares (aproximadamente 185 milhões de euros).

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A operação de recapitalização realizar-se-á através de uma venda privada de obrigações convertíveis em acções, noticiou a Reuters, adiantando que a recapitalização será assegurada pela Fairfax Financial Holdings, que é a maior accionista da BlackBerry, com 10% do capital, e outros investidores. À sociedade financeira canadiana, que até esta segunda-feira teve em cima da mesa uma proposta de compra da totalidade da empresa, caberá um investimento de 250 milhões de dólares (aproximadamente 185 milhões de euros).

Apesar do começo fulgurante como pequena start-up que se tornou numa empresa multibilionária popularizando o uso do email nos telemóveis, a BlackBerry não soube reagir a tempo, e à altura, de rivais como a Apple e a Samsung. Depois de dois anos de perda de quota de mercado, valor em bolsa e reputação, os responsáveis da fabricante canadiana e os seus consultores optaram por vendê-la.

A decisão foi impulsionada pela indiferença com que o mercado recebeu o novo aparelho da marca destinado a combater os iPhone, os Galaxy e todos os outros smartphones com o Android, o sistema operativo da Google. O Z10 foi um fracasso e a empresa viu-se obrigada a reconhecer nas contas um prejuízo de 960 milhões de dólares (quase 712 milhões de euros) com este modelo e a anunciar o despedimento de cinco mil pessoas (um terço da força laboral).

Três dias depois, a Fairfax avançava com uma proposta de compra de 4.700 milhões de dólares (3.484 milhões de dólares), tendo as partes definido o prazo de 4 de Novembro como a data-limite para que a sociedade financeira canadiana apresentasse as condições oficiais da oferta.

Mas, segundo a Reuters, a Fairfax estava com dificuldades em financiar a operação e poderá ter sido esse obstáculo que levou a esta mudança de rumo.

Na sequência do anúncio desta segunda-feira, Thorsten Heins, que era, desde Janeiro de 2012, líder da empresa, abandonará o cargo, e Prem Watsa, presidente executivo da Fairfax (que abandonou o conselho de administração da BlackBerry para que a sua própria companhia pudesse avançar com a proposta de aquisição), assumirá a presidência do comité de gestão.

John Chen, antigo CEO da Sybase (empresa de software adquirida pela SAP em 2010), será nomeado presidente executivo interino enquanto a fabricante procura um novo líder.