Protesto contra encerramento de unidade de saúde em Campanhã
Administração Regional de Saúde do Norte diz que estado de degradação ditou decisão do "encerramento imediato".
Segundo a Lusa foram “dezenas” os que se concentraram junto à unidade de saúde, depois de terem sido surpreendidos com um aviso colocada na porta do edifício a indicar que, “por motivos relacionados com a segurança do edifício e como medida de precaução”, o espaço já não abrirá na próxima segunda-feira. A alternativa apresentada aos utentes é que se desloquem às unidades de saúde do Ilhéu ou de S. Roque da Lameira.
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Segundo a Lusa foram “dezenas” os que se concentraram junto à unidade de saúde, depois de terem sido surpreendidos com um aviso colocada na porta do edifício a indicar que, “por motivos relacionados com a segurança do edifício e como medida de precaução”, o espaço já não abrirá na próxima segunda-feira. A alternativa apresentada aos utentes é que se desloquem às unidades de saúde do Ilhéu ou de S. Roque da Lameira.
O protesto foi entretanto suspenso, mas deverá ser retomado ao final da tarde. O presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, o socialista Ernesto Santos, está reunido com responsáveis da unidade de saúde.
Fonte da ARSN justificou a decisão do encerramento com a degradação das instalações. "O estado de degradação da unidade de saúde é de tal ordem que o conselho directivo concluiu que, por uma questão de segurança dos utentes e dos profissionais que lá trabalham, não havia alternativa senão encerrar imediatamente. Não se podia manter o espaço aberto", disse ao PÚBLICO.
A mesmo fonte acrescentou que só após o encerramento será avaliada a extensão dos estragos e decidido se a unidade de saúde será ou não reabilitada.
A acompanhar o protesto dos moradores esteve o vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, que promete levantar o assunto na próxima reunião do executivo. Entretanto, disse ao PÚBLICO, os eleitos da CDU na Assembleia da República já entregaram, esta sexta-feira, “um requerimento, pedindo explicações à tutela sobre este encerramento”. “Esta é uma das zonas mais fragilizadas da cidade e as alternativas que propõem às pessoas não são reais. A câmara fica em silêncio ou, como aconteceu com os cortes de luz de ontem no Lagarteiro, diz que não é nada com ela, como se isto não estivesse a acontecer no seu território. Este é um silêncio que nos preocupa”, disse o comunista.
Pedro Carvalho lembrou que o programa do actual presidente de Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, apontava a freguesia de Campanhã como “prioridade” do ponto de vista do investimento. “Se queremos investimentos ali, não podemos começar por encerrar os serviços públicos que prestam serviço à população. É preciso que a câmara tenha um serviço pró-activo para que se encontrem soluções viáveis para o território”, disse.
Entretanto, outro bairro da freguesia, o de Contumil está também a ser alvo de cortes de luz, por parte da EDP, à semelhança do que já aconteceu, pelo menos, no Lagarteiro e no Bairro do Cerco.