Vallis investe em novo mercado que vale 500 milhões
Fundo aguarda por luz verde da Autoridade da Concorrência para adquirir 50% das clínicas dentárias 32 Senses.
A sociedade gestora de participações sociais, criada em 2010, é uma dos seguidores da máxima “é melhor investir em tempos de crise”. Como explicou ao PÚBLICO um dos sócios fundadores, Eduardo Rocha, “na actual conjuntura económica, de quebra generalizada da procura privada doméstica, esses cuidados de saúde estarão porventura algo secundarizados, por força das dificuldades económicas”. E, por isso, acredita que é “o momento certo para entrar no sector, assim como o é para investir em outros sectores de actividade onde a respectiva procura atingiu mínimos historicamente baixos”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A sociedade gestora de participações sociais, criada em 2010, é uma dos seguidores da máxima “é melhor investir em tempos de crise”. Como explicou ao PÚBLICO um dos sócios fundadores, Eduardo Rocha, “na actual conjuntura económica, de quebra generalizada da procura privada doméstica, esses cuidados de saúde estarão porventura algo secundarizados, por força das dificuldades económicas”. E, por isso, acredita que é “o momento certo para entrar no sector, assim como o é para investir em outros sectores de actividade onde a respectiva procura atingiu mínimos historicamente baixos”.
A 32 Senses, que passará a ser detida em partes iguais pela Vallis Capital Partners e pelo fundo Inter-risco II (que é o actual accionista, em conjunto com investidores particulares), é uma rede com 54 clínicas dentárias e 250 médicos dentistas, que em 2012 facturou 17 milhões de euros. Os investidores particulares (médicos dentistas) que também controlavam uma posição na empresa vão passar a deter participações minoritárias no capital dos dois accionistas.
A operação passará por um aumento de capital da 32 Senses que será “alocado à aceleração da sua estratégia de crescimento, sobretudo por via da aquisição de novas unidades, prosseguindo assim o já iniciado movimento de consolidação sectorial”, explicou Eduardo Rocha. Este mercado está ainda hoje repartido por mais de três mil estabelecimentos e cerca de 7300 profissionais, valendo 500 milhões de euros. “A Vallis acredita no potencial de uma estratégia de crescimento, capaz de criar um líder nacional de referência, em termos de excelência na qualidade de serviço e com uma ampla cobertura geográfica da sua rede”, acrescentou o sócio fundador.
A compra de 50% da empresa será concretizada através de um dos fundos geridos pela Vallis, o Vallis Sustainable Investments. O investimento na 32 Senses será o segundo a entrar para a carteira desta sociedade que integra já no seu portefólio uma participação de capital na Hubel Agrícola, que opera no sector agro-alimentar e que se dedica à produção e exportação de frutos vermelhos. Para o negócio avançar, falta apenas o aval da AdC, que foi notificada da operação a 23 de Outubro, de acordo com informações divulgadas no site do regulador.
A porta não está fechada a novos negócios. Eduardo Rocha afirmou ao PÚBLICO que “o Vallis Suntainable Investments encontra-se no seu período de investimento, o qual decorrerá nos próximos três anos”. Por isso, “é natural que sejam anunciados novos investimentos”. Apesar de não especificar em que áreas poderá haver novas apostas, o responsável referiu que “existem empresas portuguesas com potencial de crescimento”.
Além deste fundo, a sociedade gestora de participações detém ainda o Vallis Constrution Sector Consolidation Fund, que tem vindo a adquirir empresas nacionais no sector da construção. A primeira foi a Edifer, em Março de 2012, seguindo-se a Hagen, a MonteAdriano e, mais recentemente, a Eusébios. O fundo deu origem ao grupo Elevo, presidido por Pedro Gonçalves, que em declarações ao Diário Económico, em Julho, afirmou que já deverá ser possível garantir o equilíbrio operacional até ao final deste ano.
Actualmente, os activos sob gestão dos fundos geridos pela Vallis Capital Partners ascendem a cerca de 600 milhões de euros. Além de Eduardo Rocha, também são sócios fundadores Luís Santos Carvalho e Luís Palma da Graça.