Quer ajudar a tirar o lixo dos oceanos? A Comissão Europeia espera pelas suas sugestões

Iniciativa pretende que cidadãos, empresários e decisores políticos ajudem a encontrar soluções para reduzir a quantidade de plástico que chega aos oceanos.

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Os plásticos que chegam aos rios e oceanos estão a formar gigantescas ilhas de lixo BAY ISMOYO/AFP

A quantidade de poluição nos oceanos, especialmente por plásticos, afecta negativamente a biodiversidade e saúde dos oceanos. Na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, realizada em 2012 no Rio de Janeiro (Brasil), propôs-se que a quantidade de resíduos sólidos, incluindo plásticos, nos mares e oceanos fosse reduzida até 2025.

A Comissão Europeia quer ir mais longe com o seu 7º Programa de Ambiente, proposto em 2012, e que inclui várias medidas de protecção ambiental e do seu impacto na saúde humana. Pretende, assim, estabelecer uma meta de redução do lixo marinho para todos os Estados-membros.

Neste momento, todos os interessados – indústrias de plásticos, de pescas ou de navegação, organizações não-governamentais, autoridades locais e nacionais e todos os cidadãos – são convidados a preencher um questionário em inglês, para avaliar o que pensa cada um destes grupos sobre as medidas que poderão ser tomadas. O questionário pode preeencher-se até ao próximo dia 18 de Dezembro.

Para além das acções propostas, o questionário também admite a inclusão de novas ideias. Aconselha-se que, antes de preencher o questionário, prepare as respostas, porque este terá de ser preenchido de uma só vez (sem possibilidade de o guardar) num período de 90 minutos. 

Ilhas de lixo
Todos os anos, os mares e oceanos recebem mais de dez milhões de toneladas de lixo, que inclui sobretudo plásticos, mas também vidro, madeira, artes de pesca, pensos higiénicos, preservativos ou beatas de cigarros. Sendo as principais fontes terrestres, como esgotos, indústrias ou turismo, também há as marinhas, como descargas ilegais no mar, resíduos dos navios, ou extracção de matérias-primas.

Das cerca de 90 milhões de toneladas de plásticos usadas anualmente em todo o mundo, 10% acabam nos oceanos, formando gigantescas ilhas de lixo pela influência das correntes oceânicas. Uma das maiores ilhas de plástico está localizada no Pacífico Norte: tem três vezes a área da Península Ibérica (1,76 milhões de quilómetros quadrados) e dez metros de profundidade.

Mas isto é apenas a ponta do icebergue, porque apenas metade dos plásticos flutua, o restante está a ser acumulado no fundo dos oceanos, implicando profundas alterações no equilíbrio ecológico.

O controlo da quantidade de resíduos plásticos nos oceanos é de particular importância, quer pela sua enorme quantidade (90% de todo o lixo nos oceanos) quer pela longa duração (500 anos para uma fralda, por exemplo). Na verdade, os plásticos não são biodegradáveis, ou seja, nenhum organismo vivo tem capacidade de o decompor até desaparecer por completo. O que acontece com os plásticos, incluindo os sacos do supermercado, é que são fotodegradáveis, ou seja, a luz é capaz de os “partir” em pedaços cada vez mais pequenos mas que continuam a ser partículas de plástico.

Existem pelo menos 180 espécies de animais marinhos que consomem estas partículas. Uma situação quase inevitável, pois as águas marinhas têm seis vezes mais plástico do que plâncton (conjunto de organismos microscópicos aquáticos que servem de alimento a vários animais), segundo dados de 2004. Por via dos animais marinhos que ingerem plástico – peixes, por exemplo –, este pode acabar no nosso prato, sob a forma de partículas microscópicas.
 
 

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A quantidade de poluição nos oceanos, especialmente por plásticos, afecta negativamente a biodiversidade e saúde dos oceanos. Na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, realizada em 2012 no Rio de Janeiro (Brasil), propôs-se que a quantidade de resíduos sólidos, incluindo plásticos, nos mares e oceanos fosse reduzida até 2025.

A Comissão Europeia quer ir mais longe com o seu 7º Programa de Ambiente, proposto em 2012, e que inclui várias medidas de protecção ambiental e do seu impacto na saúde humana. Pretende, assim, estabelecer uma meta de redução do lixo marinho para todos os Estados-membros.

Neste momento, todos os interessados – indústrias de plásticos, de pescas ou de navegação, organizações não-governamentais, autoridades locais e nacionais e todos os cidadãos – são convidados a preencher um questionário em inglês, para avaliar o que pensa cada um destes grupos sobre as medidas que poderão ser tomadas. O questionário pode preeencher-se até ao próximo dia 18 de Dezembro.

Para além das acções propostas, o questionário também admite a inclusão de novas ideias. Aconselha-se que, antes de preencher o questionário, prepare as respostas, porque este terá de ser preenchido de uma só vez (sem possibilidade de o guardar) num período de 90 minutos. 

Ilhas de lixo
Todos os anos, os mares e oceanos recebem mais de dez milhões de toneladas de lixo, que inclui sobretudo plásticos, mas também vidro, madeira, artes de pesca, pensos higiénicos, preservativos ou beatas de cigarros. Sendo as principais fontes terrestres, como esgotos, indústrias ou turismo, também há as marinhas, como descargas ilegais no mar, resíduos dos navios, ou extracção de matérias-primas.

Das cerca de 90 milhões de toneladas de plásticos usadas anualmente em todo o mundo, 10% acabam nos oceanos, formando gigantescas ilhas de lixo pela influência das correntes oceânicas. Uma das maiores ilhas de plástico está localizada no Pacífico Norte: tem três vezes a área da Península Ibérica (1,76 milhões de quilómetros quadrados) e dez metros de profundidade.

Mas isto é apenas a ponta do icebergue, porque apenas metade dos plásticos flutua, o restante está a ser acumulado no fundo dos oceanos, implicando profundas alterações no equilíbrio ecológico.

O controlo da quantidade de resíduos plásticos nos oceanos é de particular importância, quer pela sua enorme quantidade (90% de todo o lixo nos oceanos) quer pela longa duração (500 anos para uma fralda, por exemplo). Na verdade, os plásticos não são biodegradáveis, ou seja, nenhum organismo vivo tem capacidade de o decompor até desaparecer por completo. O que acontece com os plásticos, incluindo os sacos do supermercado, é que são fotodegradáveis, ou seja, a luz é capaz de os “partir” em pedaços cada vez mais pequenos mas que continuam a ser partículas de plástico.

Existem pelo menos 180 espécies de animais marinhos que consomem estas partículas. Uma situação quase inevitável, pois as águas marinhas têm seis vezes mais plástico do que plâncton (conjunto de organismos microscópicos aquáticos que servem de alimento a vários animais), segundo dados de 2004. Por via dos animais marinhos que ingerem plástico – peixes, por exemplo –, este pode acabar no nosso prato, sob a forma de partículas microscópicas.