Vamos reconstruir o antigo Palácio de Cristal do Porto?

Dois jovens criaram no Facebook um movimento pela reconstrução do antigo Palácio de Cristal, no Porto

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E se, num futuro próximo, o Porto ficasse muito parecido com aquilo que era entre 1865 e 1951? Tudo por causa do Palácio de Cristal. Não o actual, mas aquele que durante aquele período esteve no lugar hoje ocupado pelo Pavilhão Rosa Mota.

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E se, num futuro próximo, o Porto ficasse muito parecido com aquilo que era entre 1865 e 1951? Tudo por causa do Palácio de Cristal. Não o actual, mas aquele que durante aquele período esteve no lugar hoje ocupado pelo Pavilhão Rosa Mota.

Está a ressurgir, no Facebook, um movimento "Pela reconstrução do antigo Palácio de Cristal". O objectivo de Francisco Malafaya e Ricardo Gonçalves, dois jovens portuenses a trabalhar em Lisboa, é "recuperar a identidade e cultura do Porto". 

Saído da mente do arquitecto inglês Thomas Dillen Jones e inspirado no Crystal Palace de Londres, estendia-se por 150 metros de comprimento e 72 de largura, em granito, ferro e vidro. Uma construção ousada, para a época, e impressionante, em qualquer altura, com a qual Francisco Malafaya e Ricardo Gonçalves gostavam de ter crescido.

Impossível. A tenra idade que estes dois jovens hoje possuem (26 e 23 anos, respectivamente), apenas lhes permitiu conhecer o Pavilhão Rosa Mota. A trabalharem em Lisboa numa empresa portuguesa de energia e electricidade, os dois portuenses sentem falta de mais um símbolo forte, como o era o Palácio de Cristal de há tantos anos, para representar ainda melhor a Invicta. Por isso, criaram o movimento no Facebook para também conhecerem a opinião de outras pessoas sobre o assunto.

   

"Para pessoas da nossa idade, que não chegaram a conhecer o antigo [Palácio de Cristal], choca-nos como é que foi possível uma coisa daquelas ter acontecido! (ver caixa) Ainda por cima, achamos que o Palácio de Cristal representava muito daquilo que nos liga ao Porto e que nos faz gostar do Porto, que é a autonomia, a independência, a capacidade de empreender", diz ao JPN Francisco Malafaya.

O movimento no Facebook surge, portanto, com o objectivo de "recuperar a identidade e cultura do Porto". Apesar de a página já ter sido criada em 2011, "só agora é que começou a ser mais dinamizada", mas, mesmo assim, Francisco faz questão de referir que "o objectivo é concreto e possível", socorrendo-se do exemplo do Crystal Palace de Londres que, há 70 anos, ficou destruído por um incêndio, mas que, agora, deverá ser reconstruído, como era originalmente.

Rui Moreira é elemento-chave na questão

No entanto, há mais ou menos dois anos, quando Francisco e Ricardo decidiram criar o movimento, eram os próprios a admitir não ver "visão em ninguém" para que a reivindicação alguma vez surtisse efeitos. Entretanto, o presidente da Câmara do Porto (CMP) é outro, mas também Rui Moreira já disse querer transformar o Palácio de Cristal num centro de congressos, algo que pode não passar por aquilo que os dois jovens desejam.


"É evidente que, para nós, o ideal seria que esta reconstrução, a acontecer, fosse no sítio original. Compreendemos que seria bastante mais complexo, porque obrigaria à demolição do que está lá hoje, mas também não precisaria de ser no mesmo local", afirma Francisco Malafaya. Em alternativa, o empreendimento poderia ocupar outra zona da cidade que necessitasse de ser revitalizada, como, por exemplo, "os terrenos do Aleixo", sugere Francisco, nunca esquecendo que se trata de algo que deve ser discutido pela população, servindo para isso a página no Facebook.


Daqui a algum tempo, depois de avaliado o impacto do movimento na rede social, os dois jovens não colocam de lado a hipótese de elaborar uma petição e tentar fazê-la chegar ao presidente da Câmara do Porto.