Trabalhadores da McDonald’s voltam a protestar contra o despedimento de 53 funcionários
Sindicato acusa empresa de "despedimento colectivo ilegal". McDonald's diz que "alterações visam responder às exigências dos consumidores da actualidade”.
A partir das 12h30 até pouco depois das duas, os trabalhadores despedidos e membros do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, estiveram à porta da cadeia de fast-food a distribuir panfletos a quem passava alertando para o que consideram ser “um despedimento colectivo ilegal”.
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A partir das 12h30 até pouco depois das duas, os trabalhadores despedidos e membros do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, estiveram à porta da cadeia de fast-food a distribuir panfletos a quem passava alertando para o que consideram ser “um despedimento colectivo ilegal”.
Enquanto alguns clientes saíam do restaurante cheio com os tabuleiros na mão para se instalarem no muro do Metro a almoçar, os trabalhadores ostentavam uma tarja vermelha e amarela a denunciar o “escândalo” que consideram ser um “pseudo-mútuo acordo”.
Com 24 anos, os últimos quatro passados na McDonald’s, Dalton Nascimento está entre os 53 trabalhadores dispensados. “Disseram-me que não tenho perfil porque não evoluí”, afirma. O trabalhador adianta que a empresa faz testes aos seus funcionários regularmente e assegura que o seu resultado “foi sempre positivo”. “Se não evoluí, por que é que tive sempre positivo?”, questiona.
“Ligaram-me um dia antes para comparecer no local de trabalho. O meu chefe disse que ia haver uma reunião no dia seguinte, sobre o meu posto de trabalho”, explica Dalton Nascimento. A partir daqui, a história dos vários funcionários coincide.
São informados pelo gerente da loja que está um táxi à porta para os transportar ao escritório de advogados da empresa, onde lhes é sugerida uma indemnização e lhes é dito para assinar o papel da rescisão por mútuo acordo.
Tal como Dalton, Ana Francisco e Carla Amaro, que estiveram também no protesto, não assinaram. Há sete anos e meio e há cinco que trabalham, respectivamente, na empresa. O processo foi o mesmo, assim como a justificação de “falta de perfil”.
Carla Amaro sofreu um acidente de trabalho há um ano, que a impossibilita “de trabalhar na área de atendimento”. A solução passaria por um vaga na área administrativa, que, segundo a própria, a empresa diz não estar disponível.
António Barbosa, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Sul, afirma que o protesto serve para combater a proposta da administração, que “está a pressionar os funcionários a assinar a rescisão até dia 4 de Novembro”.
Em comunicado, a McDonald’s informa que estas “alterações nas equipas de alguns restaurantes” são “fruto da crescente aposta da marca num serviço diferenciador, com vista a responder às exigências dos consumidores da actualidade”.
A empresa explica ainda a “rescisão por mútuo acordo com 53 colaboradores” por estes “não corresponderem ao perfil traçado”, mas adianta que irá recrutar “71 novos colaboradores dentro do perfil pretendido”. A empresa garante que o processo está a ser “conduzido de forma justa e clara”.