Sporting acusa FC Porto de tratamento indigno no estádio do Dragão
Clube de Alvalade queixa-se da recepção a dirigentes e adeptos no jogo de domingo.
Em comunicado, apesar de admitir que foram os "vários erros que acabaram por ditar a sorte do jogo" da oitava jornada da I Liga, que terminou com vitória do FC Porto (1-3), o clube "leonino" insurge-se contra as agressões aos adeptos do clube junto ao estádio ou o impedimento de verificação das cadeiras.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em comunicado, apesar de admitir que foram os "vários erros que acabaram por ditar a sorte do jogo" da oitava jornada da I Liga, que terminou com vitória do FC Porto (1-3), o clube "leonino" insurge-se contra as agressões aos adeptos do clube junto ao estádio ou o impedimento de verificação das cadeiras.
"Com efeito, são situações que continuam a ter a cobertura e anuência por parte de muitos que deveriam ser os primeiros interessados em denunciá-las e que não o fazem, situação com a qual nós não compactuamos ", refere o texto divulgado ao final da noite de segunda-feira.
Quanto às agressões, o clube diz que "ao invés do clube da casa repudiar totalmente estas atitudes", como a direcção de Alvalade "já o fez em situações similares, começou a circular um rumor de que um grupo de sportinguistas teria provocado desacatos, facto ainda não confirmado, que ‘justificaria’ tais atitudes bárbaras e inqualificáveis".
"Até ao momento, ao serem vistas as imagens televisivas e fotográficas disponibilizadas, verificou tratar-se de um conjunto de pessoas onde as únicas que se conseguem identificar são do clube da casa", sustenta o Sporting.
O comunicado refere que antes do início do jogo tentaram impedir os sportinguistas de verificar a integridade das cadeiras do sector que lhe foi destinado, permitindo que posteriormente eventuais estragos fossem indevidamente atribuídos ao Sporting.
"Até ao início do jogo foi passada a informação de que os elementos do staff da nossa equipa (Segurança, Assessor de Imprensa e Oficial de Ligação aos Adeptos) teriam lugar na bancada atrás do banco de suplentes da nossa equipa. Ao invés, no início do jogo vedaram-lhes o acesso, colocando-os numa sala somente com cadeiras e sem televisão", acusam os “leões”.
O Sporting alega que "além da falta de condições da sala do Staff, os ARD's (Stewards) impediram" os adeptos do Sporting "de sair e circular nas zonas autorizadas, contrariamente ao regulamentarmente definido".
E as acusações continuam, como o facto de na sala de treinadores ter sido retirado "tudo que lá estava (televisão e mesas) deixando apenas os cacifos e três cadeiras".
"Na entrada para o estádio deixaram, primeiramente, entrar pequenos grupos de adeptos do nosso clube. Posteriormente retardaram a entrada dos restantes adeptos, fazendo com que muitos apenas tivessem acesso ao jogo já passados 30 minutos do apito inicial", prosseguem.
De acordo com a direcção do Sporting, os responsáveis portistas autorizaram uma das claques do clube a "entrar com uma faixa para a bancada" e "já dentro do estádio, sem nenhuma razão para tal suceder, os ARD´s procederam a sua remoção à força, provocando um tumulto que resultou em feridos ligeiros".
Segundo a direcção, "a razão invocada para este acto descabido foi que a referida faixa continha a expressão ‘bimbolândia’, o que era falso".
"Quando os membros da claque abriam a faixa para mostrar o que realmente estava inscrito (o provérbio chinês ‘mete-os sobre tensão e cansai-os’) esta foi selvaticamente retirada pelos ARD’s. Com efeito, toda esta atitude poderia resultar num acto deliberado para provocar os nossos adeptos e posteriormente os culpabilizarem", explicita.
Ao mesmo tempo, prossegue o comunicado, "os ARD’s tiraram uma bandeira à claque Juve Leo, rasgando-a e entregando a mesma a uma claque da equipa adversária (Colectivo)".
"Durante o aquecimento da nossa equipa, as bolas que iam para a bancada desapareciam. Na primeira fila estavam quatro adeptos da equipa da casa devidamente instruídos para passarem as bolas entre si e depois passarem a um quinto elemento que na fila atrás roubava a bola, levando-a consigo. Isto tudo com total conivência dos ARD's que ali assistiam impávidos e serenos", acusa.
Outra crítica do Sporting prende-se com a manga de acesso do balneário, que terá sido recolhida e assim "facilitado agressões verbais e arremesso de objectos ao presidente do Sporting Clube de Portugal, contrariamente ao acordado entre as seguranças dos dois clubes".
Já no final do jogo, foram exibidos "vários cartazes (com acabamento gráfico profissional)" com "frases provocatórias dirigidas ao Rui Patrício enquanto guarda-redes da selecção nacional".
O assessor de imprensa do Sporting foi "impedido de permanecer na bancada de Imprensa", houve "jornalistas coagidos, nomeadamente dos três jornais desportivos". "Um deles, só por ter questionado o porquê daquele inqualificável tratamento, foi de forma violenta imediatamente despojado da credencial do jogo e colocado na rua", afiança o Sporting.
"Há coisas na vida que nunca mudam, a nobreza de carácter é uma delas, ou se tem, ou não. Por mais ‘riqueza’ que ostentem, os pobres de espírito sempre o serão. O complexo de inferioridade demonstrado por todas estas atitudes é totalmente incompatível com um clube que para além de títulos quer ser grande, pois a grandeza é muito mais do que o vencer. A grandeza é vencer, é saber vencer, é saber perder, é saber estar, algo que não está ao alcance de todos", conclui o comunicado da equipa de Alvalade.