Candidatos a professores do básico terão de fazer exames de Português e Matemática
Ministro da Educação anunciou estar a preparar um diploma que será discutido com os parceiros sociais, sindicatos e instituições do ensino superior.
O ministro da Educação e da Ciência afirmou que o documento será discutido com os parceiros sociais, incluindo sindicatos e instituições do ensino superior que ministram as licenciaturas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O ministro da Educação e da Ciência afirmou que o documento será discutido com os parceiros sociais, incluindo sindicatos e instituições do ensino superior que ministram as licenciaturas.
Nuno Crato considera inaceitável que os professores do ensino básico não tenham boas bases de Português e de Matemática. “É possível, neste momento, que um professor do ensino básico faça o seu percurso [escolar] mesmo tendo reprovado a Matemática no 9.º ano de escolaridade, tenha passado o secundário sem ter a disciplina. E depois tire uma licenciatura em Educação e comece a ensinar Português e Matemática aos alunos do 2.º ciclo”, descreveu o governante, argumentando que esta é uma situação “que não se pode manter”.
“Vamos tornar obrigatória, para o acesso à licenciatura em Educação Básica, a realização de provas de ingresso nas áreas de Português e de Matemática. Queremos que os futuros professores, ao entrarem para um curso superior, mostrem que sabem de Português e de Matemática”, afirmou Nuno Crato perante os deputados da maioria, ao discursar nas jornadas parlamentares do PSD e do CDS-PP que se realizam até amanhã no Parlamento.
“Se queremos bons alunos, precisamos de bons professores”, justificou Nuno Crato, lembrando, por exemplo, a introdução da prova de conhecimentos que tanta discussão tem provocado com os sindicatos, e vincando a necessidade de “reforçar a formação intensiva dos professores”.
O ministro salientou que o seu ministério tem cerca de metade dos funcionários da administração central, por isso a redução da massa salarial na função pública tem um enorme impacto nas suas contas. Falou na melhor afectação de recursos que tem feito, exemplificando com a diminuição significativa dos professores do quadro com horário zero e a redução das transferências para o ensino particular e cooperativo (307 milhões de euros em 2010; 188 milhões este ano; 182,6 milhões em 2014).
Nuno Crato fez questão de salientar que antes deste Governo “o Inglês não era obrigatório em nenhum ano de escolaridade, tratando-se antes de uma actividade facultativa com qualidade e frequência muito variável”. Agora, ainda que não seja no ensino básico, o Inglês passou a ser disciplina obrigatória “ao longo de cinco anos consecutivos” e este ano foi introduzida uma prova feita pela Universidade de Cambridge “que lhe permite comparar com o que internacionalmente de melhor se faz no mundo”.
Do lado da despesa, Nuno Crato anunciou que vai atribuir bolsas suplementares para quem abandonou o ensino superior por razões financeiras; e na área da ciência, contou haverá novamente incentivos fiscais à contratação de doutorados pelas empresas.