Surfista brasileiro pode ter batido recorde de McNamara em onda gigante na Nazaré

Carlos Burle voltou à água, depois de ajudar a socorrer a compatriota Maya Gabeiro.

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Será que esta onda de McNamara foi batida? Reuters/Tó Mané

"Foi sorte. Uma pessoa nunca sabe quando vai pegar a onda. Ainda não tinha surfado nenhuma e toda a equipa já tinha apanhado onda, a Maya também que quase morreu. Para mim, foi uma adrenalina muito grande ter voltado lá para dentro depois dessa situação toda", afirmou Carlos Burle à agência Lusa.

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"Foi sorte. Uma pessoa nunca sabe quando vai pegar a onda. Ainda não tinha surfado nenhuma e toda a equipa já tinha apanhado onda, a Maya também que quase morreu. Para mim, foi uma adrenalina muito grande ter voltado lá para dentro depois dessa situação toda", afirmou Carlos Burle à agência Lusa.

O surfista brasileiro, de 46 anos, ainda não sabe se bateu o recorde do havaiano Garrett Mcnamara, que em Janeiro deste ano surfou uma onda de 30 metros.

Em 2011, Garrett McNamara bateu pela primeira vez o recorde da maior onda surfada, com um registo certificado pelo livro dos recordes do Guiness. Esta mesma onda valeu-lhe o prémio de maior onda da competição Billabong XXL Global BigWave Awards.

O havaiano continuou a tentar a sorte na Nazaré, tendo surfado, em Janeiro de 2013, uma onda que se acredita possa ter chegado aos 30 metros. No entanto, McNamara retirou-a do concurso da Billabong por ser “fortemente contra” o consumo de álcool e este ser patrocinado pela cerveja mexicana Pacífico.

Na altura, McNamara realçou o seu gosto pelo surf, considerando que não necessitava que um painel da Billabong medisse a dimensão da onda.

"Sei que foi uma onda muito grande, segundo o que vejo nas fotos e nas imagens. Dizem que foi igual à do Garrett mas esta não quebrou, então há uma boa possibilidade de ter batido o recorde", disse.

Carlos Burle surfou a onda gigante depois de ter ajudado a socorrer a compatriota Maya Gabeira, de 26 anos, que foi hospitalizada após surfar uma onda gigante que a deixou inconsciente.

"A situação da Maya foi horrível. É uma amiga de anos. Trabalhamos o ano todo a preparar-nos para estes momentos e sabemos que o risco de vida é iminente, mas estou feliz por ela estar viva. Tê-la visto sem respirar foi horrível", contou.

Apesar dos momentos de terror com a vida da amiga em perigo, o surfista brasileiro não desistiu.

"Todo o momento pensamos em desistir, mas ao mesmo tempo queremos ajudar e surfar estas ondas. O medo, adrenalina, felicidade, é tudo muito forte. Para mim, foi muita adrenalina voltar lá para dentro depois desta situação toda", frisou.

Passava pouco das 6h30 quando um grupo de surfistas brasileiros foi para o mar na Praia do Norte acompanhados de ‘jet-skis’ de apoio. No farol e na praia, dezenas de pessoas assistiam, debaixo de chuva intensa, às tentativas do grupo de apanhar a maior onda.

Garrett Mcnamara tentou também a sua sorte, mas acabou por ficar a dar apoio ao grupo de brasileiros no ‘jet-ski’.
O surfista havaiano está ligado à Nazaré no âmbito da Zon North Canyon Show, um projecto de três anos, iniciado em 2010, protagonizado pelo surfista e desenvolvido pela Nazaré Qualifica com o objectivo de promover a Nazaré internacionalmente como destino turístico de referência para a prática dos desportos de ondas grandes e de filmar três documentários que registam a actividade desportiva de McNamara e o quotidiano da vila.